Jô destaca feira e potencial Agricultura Familiar

A feira, que levou à população em geral e às empresas atacadistas e de varejo, produtos oriundos da agricultura familiar e até de assentamentos da reforma agrária de 73 cidades mineiras foi o tema do discurso da deputada federal Jô Moraes  no plenário da Câmara.

Trata-se da IV Feira de Agricultura Familiar de Minas Gerais que aconteceu no final da semana, na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte. Promovida pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), a mostra reuniu mais de 100 empreendimentos “demonstrando a possibilidade e o potencial desenvolvimentista da agricultura familiar”, destacou a deputada em seu preâmbulo. Ocasião em que também cumprimentou a Associação das Mulheres Rurais de Muriaé, que junto com outras entidades de mulheres contribuíram com a mostra.

Ao citar dados da própria Fetaemg, Jô Moraes destacou ser a agricultura familiar a “responsável pelo abastecimento de quase 70% dos produtos que compõem a cesta básica dos brasileiros”. Ela também defendeu a desburocratização do acesso aos produtos e também dos agricultores ao crédito bancário.

Pronunciamento

Aqui a íntegra do discurso da deputada federal Jô Moraes,

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados. No final de semana, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais, a Fetaemg, realizou um dos mais importantes eventos de promoção do nosso campo: a Feira da Agricultura Familiar de Minas Gerais, que este ano completou a sua quarta edição. Ela levou à população em geral e também às empresas atacadistas e de varejo, os produtos oriundos da agricultura familiar e até de assentamentos da reforma agrária de 73 cidade mineiras, representando mais de 100 empreendimentos.

Trago este assunto a esta Casa porque, segundo dados da própria Fetaemg, a agricultura familiar é responsável pelo abastecimento de quase 70% dos produtos que compõem a cesta básica dos brasileiros.

eijão, mandioca, milho, leite, carne de porco, aves e ovos, café e até arroz estão entre esses produtos que abastecem nossa mesa diária. Produtos, repito aqui, que têm origem na agricultura familiar, ou seja, em pequenas propriedades, tocadas pelo esforço do pai, mãe, filhos, tios e até avós pelo núcleo familiar neste imenso país e, cujo potencial de crescimento é enorme.

E a IV Feira da Agricultura Familiar de Minas Gerais foi uma demonstração disso: Da capacidade de trabalho de nossa gente do campo. Do imenso potencial de expansão deste setor, não só pela qualidade dos produtos ofertados, quanto pelo universo populacional que hoje sequer faz duas refeições diárias.

Na Feira realizada nos espaços da Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte, pudemos, mais uma vez, constatar a grande aceitação dos produtos da agricultura familiar e também dos assentamentos da reforma agrária, que tiveram ampla e rápida vazão nos muito e variados negócios feitos durante o evento.

Não só produtos alimentícios, mas também o artesanato variado. Foram queijos, doces, mel cachaças, açúcares, licores, poupas, óleos, produtos orgânicos e materiais artísticos em bambu, couro, pedras, cerâmica, entre muitos. Tudo, mostrando a capacidade e o empenho de nossa gente que precisa apenas de oportunidade, do primeiro empurrão para divulgar e escoar sua produção, pois é de qualidade inconfundível.

Mas é preciso mais. Não só que feiras como a da Fetaemg se proliferem país afora, quanto também que o caminho a ser percorrido pelos nossos agricultores familiares e produtores de acampamentos da reforma agrária seja menos acidentado.

É preciso desburocratizar os processos para que não só nós, simples consumidores individuais das cidades, como também empresários varejistas e atacadistas tenham acesso a tais produtos.

Mais que isso, é preciso facilitar o acesso de nossos agricultores familiares ao crédito bancário para que possam se expandir, comprar tratores e máquinas que lhes permitam responder à demanda, à concorrência mercadológica.

Outro ponto muito importante: que a agricultura familiar possa realmente se firmar num setor fundamental: a merenda escolar. Que nossas crianças recebam nas escolas uma alimentação rica, saudável, produzida por brasileiros, em nossas terras férteis.

Que a IV Feira da Agricultura Familiar de Minas Gerais seja essa alavanca para estimular os demais estados da federação e suas prefeituras a investirem e promoverem esse nicho que tem um enorme potencial.

Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigada”.