Para tucanos, apoio do PT a Sarney une PMDB a Dilma
O esforço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo arquivamento dos processos contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), alimentou, entre os serristas, a certeza de que o PMDB apoiará, formalmente, a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência em 2010.
Publicado 21/08/2009 15:40
Segundo tucanos, até o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), aposta na formalização da aliança do PMDB com o PT. Consolidada, a coligação com o PMDB engordaria em quase cinco minutos o tempo a que Dilma teria direito no horário eleitoral gratuito.
Potencial candidato do PSDB à Presidência, Serra já não nutria expectativa de impedir aliança, tamanha participação do PMDB no governo Lula. A articulação em favor de Sarney só reforçou essa tese.
A ideia de que o PMDB retribuirá o gesto com o apoio oficial à candidatura da ministra Dilma é compartilhada por aliados de Serra, como o prefeito paulistano Gilberto Kassab.
Além disso, os rumores de que o presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), tenta inviabilizar um acordo com o PSDB de São Paulo, endossam essa convicção.
A oposição insistirá na construção de aliança com o PMDB em Estados como Rio Grande do Sul, Pernambuco e Santa Catarina. Mas sabe que, sem a exigência da reprodução fiel da aliança nacional nos Estados, dificilmente evitará a consumação da aliança nacional.
Ainda segundo tucanos, Serra reconhece que a candidatura da ex-petista Marina Silva não terá só impacto entre o eleitorado de Dilma, mas dilapidará também seu capital eleitoral.
Segundo tucanos, que investiam numa aliança formal com o PV, a senadora conquistará eleitores insatisfeitos com o governo Lula que, numa eleição polarizada, votariam em Serra já no primeiro turno. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), admite os abalos, mas os minimiza: "Não acredito que tenha tanto impacto assim".
Com o potencial lançamento da candidatura de Marina pelo PV, tucanos acreditam que, em compensação, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) insistirá para concorrer à Presidência.
Ainda que não obtenha apoio do PSB para que concorra, a movimentação de Ciro fragilizaria a costura de acordos do partido com o PT nos Estados, como Pernambuco e Ceará.
Fonte: Folha Online