Salvador: MP se envolve na polêmica do programa Alfa e Beto

Com a polêmica instalada sobre a implantação do programa Alfa e Beto, da rede municipal de ensino de Salvador, o Ministério Público decidiu interferir. Os professores e o movimento negro estão absolutamente contra, pois consideram o conteúdo inadequado e racista, além de sexista e incentivar a homofobia. De acordo com informações, a promotora Rita Tourinho requereu à Prefeitura toda documentação relativa ao projeto desde terça-feira (19/02).

O órgão vai analisar tanto os termos do convênio – realizado por dispensa de licitação, por mais de R$ 12 milhões – quanto a didática do material. Somente após o estudo é que serão avaliadas as ações a serem tomadas em relação ao problema. Se identificadas irregularidades, poderá ser solicitada a suspensão do contrato ou mesmo ser adotada alguma ação judicial.

Ao mesmo tempo, uma comissão da APLB Sindicato está analisando todo o material do programa. Segundo a entidade, o método apresenta conteúdo de caráter preconceituoso, que não condiz com a realidade, por que a Secretaria traz os kits didáticos de fora do estado, de um grupo que não conhece o dia a dia de Salvador. A APLB havia solicitado o material bem antes do início do ano letivo, durante a Semana Pedagógica, mas não foi atendida.

A diretora Jacilene Nascimento, responsável pelo acompanhamento das questões pedagógicas e étnico-raciais de todo material distribuído na rede municipal de ensino, reuniu-se na quarta-feira (20) com a subsecretária municipal de Educação, Teresa Cozetti Pontual, e o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista de Araújo Oliveira. Segundo a representante sindical, eles disseram que não veem problema nas publicações.

A categoria cobra que os recursos destinados ao setor sejam direcionados à qualificação dos profissionais e contratações. Os professores, além de não terem condições de trabalho, não veem o trabalho reconhecido. De acordo com os docentes da rede, são muitos os problemas enfrentados nas unidades escolares.

De Salvador,
Maiana Brito, com agências