José Reinaldo: Onde tem luta, tem o PCdoB

O secretário nacional de Comunicação do PCdoB, José Reinaldo, tem participado ativamente do processo de conferência municipal do Partido na cidade de São Paulo. No último domingo (25), José Reinaldo participou do debate sobre as teses em Sapopemba, tradicional distrital da capital.

Conferência Sapopemba - Orlando Menotti

Segundo José Reinaldo, é decisivo o papel do congresso para construção das balizas sobre o rumo partidário, para a democracia partidária, sua vida coletiva e unidade em torno da linha política, da ideologia e da direção, segundo o princípio do centralismo democrático. "É um exercício de democracia, o momento mais elevado da democracia partidária e da unidade de nossas fileiras".

Para Reinaldo, o país vive uma encruzilhada histórica e está na hora de decidir qual é o rumo que tomará. Ele lembrou o histórico e saudoso líder comunista João Amazonas, que dizia:  “A encruzilhada histórica brasileira só pode ser superada por meio da ruptura com o regime das classes dominantes”. 

“É necessário a união de forças e a luta decidida em todas as frentes, seguindo o princípio de que onde tem luta, tem o PCdoB. É preciso um partido forte, um partido capaz de acumular forças no processo de revolução política social, cujo sujeito é o povo brasileiro, principalmente as massas trabalhadoras e populares exploradas e oprimidas”, afirmou.

Avaliação positiva

Sobre o balanço do governo Lula e parte desse mandato da presidenta Dilma, o dirigente levantou quatro fatores principais que compõem a avaliação positiva. O primeiro é o caráter social de ambos os governos, definido pelas políticas sociais, pela política de valorização do salário mínimo e a política de crédito que incorporou milhares de trabalhadores na economia doméstica.

O caráter democrático é outro elemento sustentado pelo secretário nacional de Comunicação. “Nós não vimos em nenhum país do mundo uma atitude e uma resposta semelhantes à da presidenta Dilma perante as manifestações populares. Foi um grande exemplo de democracia e diálogo.” Além disso, as conferências nacionais foram destacadas como "novas modalidades do exercício democrático”.

O terceiro fator é que a orientação geral, doutrinária do governo é desenvolvimentista e de defesa da economia nacional, de resgate do papel do Estado como indutor do desenvolvimento, apesar das ambiguidades e contradições. A quarta característica apresentada é a luta pela integração regional e o exercício de uma nova política externa ativa, altiva e soberana, de ampliação das relações internacionais do país, de seu direcionamento para a América Latina, África, Ásia, Oriente Médio e Brics, tirando o Brasil das relações de subordinação às potências imperialistas, principalmente Estados Unidos e União Europeia.

Contradições reais

A partir da análise das condições de vida do povo brasileiro e das contradições da política econômica e financeira, José Reinaldo apontou as limitações dos governos progressistas do último decênio e discorreu sobre as últimas manifestações que marcaram a conjuntura política do país.

De acordo com Reinaldo, o governo faz políticas sociais sem mexer na raiz dos principais problemas brasileiros, sem pautar as reformas estruturais, sem enfrentar as classes dominantes. 

“A grande lacuna foi não ter feito a reforma política e da mídia, apesar de reconhermos os esforços atuais da presidenta Dilma para mudar as regras políticas”, disse José Reinaldo.

Reinaldo criticou as políticas macroeconômicas, o que impede o Brasil de romper com o neoliberalismo. E insistiu em que é necessário adotar uma nova postura política e mobilizadora do povo para realizar as reformas estruturais democráticas, "sem o que não será possível avançar na construção de uma grande nação progressista e socialmente justa".

O dirigente nacional do PCdoB afirmou que para isso é necessário desenvolver a linha de massas, políticas de alianças que tenham por núcleo as forças políticas e sociais de esquerda e o fortalecimento político, ideológico e orgânico do PCdoB, "um partido com nítida identidade comunista, orientado pela teoria do marxismo-leninismo, eleitoralmente influente, enraizado entre os trabalhadores e massas populares, estruturado nos centros nevrálgicos da luta de classes, com vida orgânica permanente, não somente para as campanhas eleitorais, nem apenas para dar suporte às ações em governos locais ou o nacional, um partido de combate e com clareza de sua missão histórica transformadora, na luta pelo socialismo em nosso país", finalizou.

De São Paulo, Ana Flávia Marx e Laís Gouveia