História e Política

Em 1988, portanto, há vinte anos, o historiador Paul Kennedy publicou o livro “Ascensão e Queda das Grandes Potências”. Um alentado volume com mais de 600 páginas, que aborda desde a dinastia Ming até os Estados Unidos da América.

Nesse excelente estudo, o autor conduz-nos aos centros do poder mundial no século 16, observa as divisões políticas no velho continente, relembra o legado de Carlos 5, o fim dos impérios coloniais europeus, a Europa na primeira guerra mundial, o auge do poderio de Hitler em 1942, a guerra fria, a consolidação do império americano após a segunda grande guerra mundial, e outras questões de enorme relevância.


 



Pode-se considerar um clássico, a volumosa obra de Kennedy. Nela, ele já demonstrava o relativo declínio do império da atualidade, o norte-americano. Muitas coisas espetaculares aconteceram após a publicação do seu tratado, principalmente a extinção da URSS e a consolidação da Comunidade Européia.


 



Mais ainda, temos a China como uma grande nação econômica, tecnológica, científica e militar. Um dos principais termômetros de equilíbrio estabilizador na atualíssima crise internacional do capital financeiro mundial.


 



Sobressai, igualmente, a ascensão dos grandes emergentes, incluindo a própria China, Índia, África do Sul, Rússia e o Brasil, o surgimento do Mercosul, como algo irreversível. Tudo isso nos indicando que a História, mais que uma crônica dos fatos e dos povos, é algo especialmente vivo, razoavelmente imprevisível.


 



A História odeia o determinismo com que alguns procuram, pelo utilitarismo ou de maneira sectária, enquadrá-la às suas teses, doutrinas e interesses. Enfim, Kennedy assevera que os impérios declinam em função de imensos gastos militares para manter os seus domínios, desviando recursos de investimentos e produção, provocando crises sistêmicas. 


 



Já a política, essa refuga o previsível e pelos seus caminhos há sempre, aqui e ali, o imponderável. Aliás, alguém já declarou que a obviedade não existe no dicionário da grande política. No Brasil de 2008, por exemplo, tudo está em curso para 2010.
Quer seja nos cenários internacional, nacional ou regional, impõe-se construir largas parcerias, pontuais ou longas, onde os projetos, administrativos ou estratégicos, sejam perseguidos.

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