20 artistas brasileiros para prestar atenção em 2018
Dois mil e dezoito parece que não queria chegar, mas que bom que na próxima semana já teremos um novo ciclo de esperanças para respirar.
Publicado 27/12/2017 12:24

Héloa
Na coluna desta semana, indicações de 20 artistas brasileiros de Norte a Sul do país que merecem nossa atenção no ano que começa. DJs, bandas, cantores e cantoras, homens e mulheres, compositores e intérpretes que estão redesenhando a música brasileira, com referências que vão do brega ao grime, do candomblé ao trap, do new wave ao sertanejo.
Ano que vem, tem mais Música Quente, combatendo preconceitos e mostrando uma música brasileira diversa, plural e representativa.
Desejamos um 2018 vitorioso a todos e todas!
André Prando/ES
O talentoso cantor e compositor capixaba André Prando é um artista a se prestar atenção, dono de um ótimo repertório indie pop, cheio de referências do folk e rock retrô.
Aninha Martins/PE
Cantora de vigorosa expressão, um furacão nos palcos, Aninha Martins é o principal nome feminino da recente cena Beto, com composições próprias e forte influencia dos psicodélicos setentistas. Se eu fosse tu, não ficaria sem ela em 2018.
ATR/SP
O quarteto paulista ATR traz pra 2018 uma sonoridade ainda mais eletrônica, com temperos SynthPOP e RetrôWave. A banda de música instrumental mergulha no eletrônico e ousa experimentar as texturas cada vez mais sintéticas.
Baco Exú do Blues/BA
Sujas, pesadas e cruas são as ruas que influenciam as letras do Beco Exú do Blues, que tomou de assalto as atenções no fim de de 2017, com o seu disco Esù e o mega hit “Te Amo Disgraça”. Traz um rap do gueto soteropolitano, misturando elementos do rap tradicional, e as narrativas com o clima periferia da capital baiana.
Bad$ista/SP
DJ e produtora de Itaquera, bairro periférico de São Paulo, Rafaela Andrade é sem dúvida um dos nomes a se prestar atenção em 2018. Com forte inflência da cena bass music, ela se destaca criando sonoridade bem particular com sotaque paulistano. Assina produções inéditas para artistas como Linn da Quebrada e já tem músicas suas em coletâneas importantes como do selo Enchufada.
Bel/RJ
A carioca Bel, chegou em 2017 com seu primeiro disco Quando Brinca. Multiartista que atua em diversas áreas, neste trabalho incorpora sonoridades new wave e um certo clima jazzistico. Mostra possibilidades minimalistas que resgatam timbragens oitentistas.
Bruna Mendez/GO
Cantora e compositora goiana de voz marcante e grande presença de palco, traz letras profundas e sonoridade pop rica de influências, de seu último disco “O Mesmo Mar Que Nega a Terra Cede à Sua Calma”. Chamo atenção para as canções Branquinha e Agradecer.
A banda brasiliense Consuelo é formada por um timão de músicos experientes oriundos de outros projetos. No som da banda, dá para perceber a maturidade nas timbragens, arranjos e letras. O projeto tem à frente Claudia Deibert e, comandando a cozinha, Vavá Afiouni do Passo Largo.
Cuscubayo /RS
Juntando o folk com um sotaque latino e tendo os pampas debaixo dos pés, os caxinxes da Cuscubayo trazem um grande punhado de bons sons no bolso para descobrirmos o Sul do Brasil. Com sonoridade autêntica e batidas percussivas dançantes, a banda apresenta letras inteligentes e o resultado pop desta mistura tem a cara da Serra Gaúcha.
Héloa/SE
A pura e delicada voz de Héloa, carregada de sotaque sergipano, é uma das mais agradáveis surpresas da música do Nordeste. Dona de uma incrível força no olhar e na presença de palco, ela traz em suas interpretações o equilíbrio entre beleza e vigor.
Keila/PA
Keila Gentil é, sem dúvidas, a principal voz do eletromelody, variante mais pesada e progressiva do tencobrega. A paraense, que ficou nacionalmente conhecida cantando na banda Gang do Eletro, traz para 2018 a promessa de um projeto solo ainda mais ousado, apontando para outros beats, sem perder o treme do tecnobrega do Pará.
Larissa Luz/BA
Negra, descolonizada e empoderada, a baiana Larissa Luz, chamou muito a atenção desde que apareceu com seu disco “Território Conquistado”, que foi inclusive indicado ao Grammy. Em suas performances ao vivo, roubou a cena em festivais em todo o país. Sua música muito politizada joga na cara questões sobre empoderamento da mulher e representatividade negra. Para 2018, Larissa traz um novo disco com produção de Rafa Dias, dono dos dreads pensantes por trás do ATTOOXXA.
Luisa e os Alquimistas/RN
A cena potiguar vem surpreendendo positivamente o país, com diversos nomes interessantes, com sonoridade amadurecida e identidade própria. É o caso de Luisa e Os Alquimistas. Em cima de bases eletrônicas e com influências do dub ao tecnobrega, Luisa é uma devoradora nos palcos. Não tem quem não se contagie com a sua vibração positiva. Acompanhada de ótimos músicos da cena local, ela é uma das grandes promessas de 2018. Guardem este nome.
Luedji luna/BA
Uma das grandes novidades da cena baiana, cantora de voz doce e suave, conduz sua música numa sonoridade afro-pop, cheia de guitarras de forte influência da rumba congolesa, conectando ainda mais os elementos de uma Bahia percussiva às sutilezas da música africana de Gana e Mali. Tudo isso sem perder o forte sotaque brasileiro.
Matheus Carrilho/GO
Muso do tecnobrega na Banda Uó, o goiano Mateus Carrilho traz pra 2018, em sua carreira solo, um som ousadamente pop, cheio de misturas e referências que vão do arrocha ao Sertanejo, com assinatura do produtor Rodrigo Gorky.
O trio brasiliense Muntchako destruiu as barreiras do que poderia se esperar de uma banda de música instrumental, com uma sonoridade vibrante, altamente pop e músicas que não deixam ninguém parado. A banda vem chamando a atenção por onde passa com um show surpreendente. Seu primeiro disco lançado no fim de 2017 tem produção de Curumim e capa do artista paraibano Shiko. Vale ouvir. E não percam um show deles, se rolar na sua quebrada.
OQuadro /BA
A Bahia vive um excelente momento. O país está conhecendo novos incríveis artistas que remodelam a cena local, na capital e no interior, em cima das mesmas referências afro-percussivas, com outros recortes e olhares. OQuadro é uma banda de rap, com quase 20 anos de carreira, que chega com um dos mais interessantes discos de 2017. Com produção de Rafa Dias, o grupo de Ilhéus toma de assalto a cena baiana com influências do grime, old school rap e, claro, da baianidade.
Romero Ferro/PE
Romero é pernambucano de Garanhuns, vem se destacando na cena da cidade em dois rumos – tanto com o seu trabalho pop, como com o resgate que faz do frevo pernambucano em seu projeto Frevália. Para 2018, Romero remonta sua identidade sonora se dedicando a conectar os synths da new wave oitentista às melodias ultra-apaixonadas dos boleros e bregas eletrônicos.
Martins/PE
Guardem o nome desse menino, Thiago Emanoel Martins, ou simplesmente MARTINS. Dono de uma linda voz e de composições extraordinárias, Martins que ja empresta seu talento a projetos como o forró na Caixa, onde cara e toca rabeca e para a banda Marsa, que é um dos principais compositores e vocais, deve trazer em 2018 álbum solo que promete muito.
Xênia França /BA-SP
Xênia França é a mais pura representação da expressão “força da natureza”. Se fosse apenas a voz ou se fosse apenas o que esta voz diz e canta, já seria suficiente para uma crítica positiva. Mas a isso se soma o que ela representa, nos palcos e na vida, para mulheres negras: seu empoderamento e orgulho. Ela ficou nacionalmente conhecida nos vocais da banda Aláfia. Mas o que sua presença de palco emana transpassa a própria canção, Xênia é necessária!
Não deixem de procurar, ouvir e conhecer também Jojo Marontinni (Toddynho)/RJ, os gaúchos da Supervão/RS, a maravilhosa paulistana Luiza Lian/SP, o incrível baiano Giovani Cidreira e a escandalosa Orquestra Greiosa /RN.
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