A folgança do furioso fanfarrão ferrabrás

O Poeta, renovado e revigorado, segue na sua luta contra o Mal, apesar da abstinência forçada

(Foto: Marcos Corrêa/PR)

O republicano Donald Trump e suas forças fascistas saíram derrotadas das eleições americanas por uma coligação de centro lideradas pelo democrata Joe Biden. Prenuncia-se, nas relações internacionais, uma diminuição da intensidade das pressões imperialistas dos EUA; uma maior disposição de obtenção de seus objetivos estratégicos dentro do quadro do direito internacional e dos organismos multilaterais; e uma mais profunda intensidade diplomática. Dentro deste quadro, espera-se deva diminuir o clima de confrontação com a China, ser eliminado o infame bloqueio contra Cuba e aumentado o diálogo com a Rússia. Prenunciam-se dificuldades com o Brasil, devido à agenda deletéria do desgoverno Bolsonaro, sua incompatibilidade com os padrões internacionais de governança e as posições disparatadas da diplomacia do Maligno.

Como previsível, o Capetão reagiu mal à derrota eleitoral de seu dono, amo e senhor e foi acometido de paroxismos de demência, delírio e desatino. Tendo se recusado a cumprimentar o presidente eleito dos EUA, o Melífluo denominou o povo brasileiro de “maricas”, o que não o impediu de ameaçar militarmente a maior potência bélica do mundo. O grande Umberto Eco, na excelente obra abaixo citada, já havia observado que “os fascismos são condenados a perder as suas guerras, porque são fundamentalmente incapazes de valorar com objetividade a força do inimigo”.

Ao mesmo tempo, o Melífluo forçou a interrupção, já levantada, em virtude dos veementes protestos nacionais feitos pela cidadania, do desenvolvimento de uma vacina chinesa contra o vírus COVID-19, pelo sério, renomado e tradicional Instituto Butantan de São Paulo, reconhecido mundo afora. Não feliz com a provocação da próxima administração dos EUA, seu desgoverno levou adiante entendimentos com o exodiário governo derrotado de Trump para o boicote ilegal, face tanto ao direito internacional quanto ao doméstico, à legítima concorrência chinesa no tocante à tecnologia 5 G.

A insânia diabólica chegou a tal ponto que o desgoverno do Averno resolveu abolir o auxílio econômico indispensável para a sobrevivência de milhões de brasileiras e brasileiros, durante o período da Pandemia do COVID-19, mas dissimulou a crueldade de sua decisão com sua substituição por um pretenso “crédito turbinado”. Que fraude! Ora, é sabido que no Brasil pobre não tem acesso ao crédito e, mesmo que o tivesse, não teria as mínimas condições de pagar a dívida, nestes tempos difíceis. Ademais, banqueiro brasileiro não assume riscos, não desembolsa nem mesmo para os ricos empresários, quanto mais para o nosso humilde povo. Trata-se de nada mais que um funesto logro mefistofélico.

No dia 15 de novembro próximo, serão realizadas eleições municipais no Brasil. Espera-se que a democracia brasileira saia revigorada, com uma firme rejeição à ordem fascista que trouxe a miséria e a desesperança ao País. À semelhança dos eleitores da Argentina, Portugal, Bolívia, Chile, México e dos EUA, é desejável uma varredura dos candidatos e partidos ligados à barbárie, crueldade e a misantropia. Como outros poucos, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), por exemplo, oferece ao eleitorado, Brasil afora, uma ampla gama de candidatos comprometidos com a decência, com a democracia, com os direitos humanos, com o meio ambiente, com a ciência e com agendas de desenvolvimento econômico e progresso social para o nosso povo.

Vale aqui a advertência feita por Franklin D. Roosevelt, feita em 1938, em pleno combate aos efeitos econômicos e sociais da chamada Grande Depressão, que devastou o mundo naquela época: “ ouso dizer que se a democracia americana cessasse de progredir como uma força viva, buscando dia e noite, com meios pacíficos, de melhorar as condições dos nossos cidadãos, a força do fascismo crescerá em nosso país”. Fica aí subtendida a conclusão inescapável: para a ampla e profunda desgraça nacional. Vamos, então, às urnas com responsabilidade e discernimento.

Considerando que o Melífluo denominou o nosso povo brasileiro de “maricas”, resolvi incluir o epíteto em meu nome, razão pela qual assino esta crônica como António “Maricas” Paixão, em solidariedade e singela homenagem às dezenas de milhões de compatriotas. Como bem lembrou o grande Umberto Eco, de saudosa memória, em “Il Fascismo Eterno”, “o fascista transfere a sua vontade de poder para questões sexuais. É esta a origem do machismo (que implica desdenho para as mulheres e uma condenação intolerante para hábitos sexuais diversos, da castidade à homossexualidade)”. Mais adiante, continua o grande pensador, professor e escritor italiano “o fascista brinca com as armas, que são o seu pretenso falo: os seus jogos de guerra são devidos a uma invidia penis permanente”.

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