Aos trabalhadores rurais

A exuberância dos rios da Amazônia dá lugar, nesse momento, a um fenômeno natural de desastre em todo o Amazonas. A cheia dos rios, que ocorre todos os anos, se aproxima, mais uma vez de um novo recorde. Isso se traduz em gente desabrigada, hospitais debaixo d’água, plantações perdidas, animais afogados e sem pasto, entre outras coisas.

Em 2009, a cota do Rio Negro atingiu a marca dos 29,77 metros e foi a maior registrada na história até agora. Essa marca foi atingida no dia 1º de julho de 2009. Hoje, dia 14 de maio de 2012, faltando mais de um mês para o início de julho, essa mesma cota já marca 29,72 metros. E, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o nível do rio vem enchendo na velocidade de 5 centímetros ao dia. O alerta de cheia emitido pelo órgão aponta para uma nova marca histórica de 30,13 metros.

Pelo que vemos o cenário aponta para mais uma tragédia. Até agora mais de 10 mil famílias de produtores rurais já tiveram sua produção atingida e estima-se um prejuízo da ordem de mais de R$ 34 milhões no setor primário.

Preocupados com isso, resolvemos agir. Em reunião com o ministério da Integração Nacional, articulamos, junto com o governador Omar Aziz e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) uma linha de crédito específica para esses produtores. Foram disponibilizados R$ 350 milhões por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO).

O ministro Fernando Bezerra anunciou o benefício durante reunião do Conselho Deliberativo (Condel) da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), ocorrido em Manaus, na semana passada. O recurso será administrado pelo Banco da Amazônia.

Com três linhas de crédito, o benefício vai apoiar os agricultores atingidos pela enchente. Para os agricultores familiares (Pronaf B), a linha de crédito é de até R$ 2,5 mil, com taxa de juros de 1% ao ano e prazo de pagamento de até dez anos, sendo três de carência. Para os demais grupos de agricultores familiares, o limite de financiamento vai até R$ 12 mil, com mesmas taxas de juros e prazo.

Já para os agricultores não-familiares, o limite é de até R$ 100 mil, com taxas de juros de 3,5% ao ano, oito anos de prazo, também com três anos de carência.

Os empresários da atividade agropecuária também terão limite de crédito de até R$ 100 mil, com juros de 3,5% ao ano. A diferença é o prazo de carência, de cinco anos. Os valores poderão ser aplicados em duas frentes: investimento e custeio para a retomada das atividades econômicas.

Ironicamente, o mais interessante é que ação semelhante já é feita no Nordeste para minimizar os efeitos da seca. Talvez, no futuro, esse assunto deva merecer uma melhor atenção de nossa bancada parlamentar.

Mas como diz o hino do Amazonas, viver é destino dos fortes, assim nos ensina, lutando, a floresta. E assim, o povo do nosso Estado vai vivendo e enfrentando enchentes e estiagens

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor