As três cabeças do cão

Uma das lendas antigas mais aterrorizantes era a do “pestífero cão Cérbero que com suas três cabeças guardava o Inferno”.

A crise internacional do capitalismo é um inferno; em sua porta está uma fera de três cabeças: a bancolândia, o manchetismo e o protecionismo.


 


 


A cabeça da bancolândia só pensa naquilo em que sempre pensou: lucro, desregulamentação, privatização, quebra de direitos e individualismo. Essa cabeça não tem juízo, vejam o exemplo dos administradores da seguradora quebrada AIG, beneficiada pelo maior socorro público nos Estados Unidos de 170 bilhões de dólares (dos quais, 93 bilhões foram imediatamente repassados aos bancos), que acham natural embolsarem bônus de 165 milhões de dólares. Essa cabeça morde.


 


 


A segunda cabeça é a do manchetismo, praga que tem assolado os meios de comunicação no mundo todo e que aqui no Brasil faz furor. Contra o manchetismo brasileiro, recomendo a leitura do artigo do professor Gilson Caroni Filho, colaborador da Carta Maior e do Observatório da Imprensa, reproduzido no endereço eletrônico da Agência Sindical (www.agenciasindical.com.br). Essa cabeça late.


 


 


A última cabeça é a do protecionismo. Ela é, por enquanto, a menor das três, mas cresce a cada dia alimentada pelo interesse egoísta e pela gritaria frenética das outras duas. O protecionismo quer enfrentar a crise (que é também uma crise do comércio mundial) com barreiras e impedimentos de toda ordem, com restrições e discriminações contra os imigrantes e com a desunião entre os trabalhadores. Se continuar crescendo chegará à guerra. Essa cabeça baba sangue.

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