Bolsonaro: Chega de fingir que não estamos numa pandemia!

Não é novidade que o atual momento é um dos piores já vistos na história moderna e contemporânea. Mas, parece que não para o presidente Bolsonaro e seus apoiadores. Embora possa ter sinalizado algum recuo no pronunciamento de 31/03, a verdade é que Bolsonaro segue implementando uma linha política extremamente nociva ao povo brasileiro, que vai piorar, e muito, os impactos do coronavírus na nossa sociedade.

Não é possível continuar alimentando rusgas com os demais poderes, com os governadores ou com a oposição; nem seguir disseminando, de maneira irresponsável e infantil, mentiras e fake news como tem feito ao longo de sua vida. Não é possível continuar ignorando a ciência e as evidências que, pelo mundo, mostram a gravidade da situação e a necessidade de isolamento social. Não é possível seguir minimizando os efeitos da covid-19 e estimulando as pessoas a saírem de casa. Não é possível seguir ignorando as necessidades das populações mais vulneráveis.

Se ainda resta um mínimo de decência ao presidente da República, é preciso, urgentemente, recuar, ouvir a ciência e seguir as recomendações de ordem técnica. É preciso acabar com o teto que impõe limites ao financiamento do SUS e fazer com que recursos na ordem dos bilhões sejam dirigidos à saúde pública. Somente assim o país poderá garantir equipamentos de segurança aos profissionais dos serviços de saúde e recursos humanos em quantidade necessária; a implementação de leitos de UTI e aquisição de testes e de respiradores em número suficiente para responder às demandas que logo serão imensas; a construção de hospitais de campanha e de estruturas emergenciais preparadas para receber aqueles que, infelizmente, serão infectados, bem como proteger a população em situação de rua.

É preciso, ainda, que o governo, de uma vez por todas, libere os recursos do auxílio de 600 reais aprovado pelo Congresso, garanta os empregos e a renda da classe trabalhadora e também auxilie as empresas que necessitem de suporte para resguardar minimamente a economia nacional. É preciso assegurar condições dignas de trabalho e de salubridade para aquelas e aqueles que estarão garantindo os serviços básicos necessários à sociedade, nas estradas, nos mercados, nas farmácias, nos serviços públicos essenciais e em tantos outros locais que não poderão suspender suas atividades.

É preciso amor pelo país e pelo povo; amor verdadeiro, não retórico, estampados em slogans vazios. É preciso empatia e solidariedade; pulso e postura de estadista. Infelizmente, não é isso que temos visto.