Em Hangzhou, de volta à Universidade depois de um longo confinamento
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Publicado 12/05/2020 10:28

Essa semana as universidades da província de Zhejiang reabriram suas portas. Além do período normal das férias de inverno, ficamos mais de dois meses trabalhando de casa. Apesar da volta, não se pode falar ainda em normalidade. Longe disso, já que o fantasma do coronavírus continua muito presente.
Assim, todo cuidado é pouco e a prudência chinesa nos ensina, corretamente, que não se pode baixar a guarda, principalmente quando se sabe que, apesar das muitas superações, ainda não se conseguiu a vitória final contra essa epidemia que vem paralisando e modificando o curso do mundo.
Aqui na linda Hangzhou, na Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang, meu local de trabalho, essa pós-volta está sendo marcada por rigorosos procedimentos, como cuidados com a higienização, o uso obrigatório de máscaras, a disposição das mesas nas cantinas, o distanciamento social, etc.
Todas essas adversidades e nem mesmo as máscaras são capazes de esconder um sentimento de felicidade que transborda através dos olhos e de pequenos gestos de solidariedade. É como se todos dissessem dentro de si, ufa! Conseguimos! Voltamos! E mais uma vez estamos aqui para seguir a construção dos nossos sonhos!
Apesar dos circunstanciais desconfortos, existe uma consciência comum de que os procedimentos adotados são essenciais para que possamos nos sentir mais seguros nesse nosso ambiente de trabalho e estudo. Nesse sentido, merece destaque o envolvimento de todos, desde o reitor, passando pelos funcionários, professores e estudantes, para que essa volta seja exitosa tanto acadêmica como humanamente.

Aqui na China, poderemos até não saber ainda como será o mundo depois dessa devastadora pandemia, porém, de algumas coisas já temos certeza: primeiro, que é preciso tocar a vida, com esforço e bons propósitos, individuais e coletivos; segundo, que o acolhimento e a solidariedade são afetos essenciais, principalmente depois de tão longo período de confinamento; e terceiro que, apesar de tantas incertezas, como seres humanos temos a responsabilidade de repensar muitas de nossas atitudes e de encontrar novos caminhos que nos permitam vivermos mais seguros e felizes.