Está criado o “baixômetro”

Os jornalões não registraram com merecido destaque, mas durante os dois dias que durou a reunião do Copom (20 e 21 de janeiro) o movimento sindical unido deu uma demonstração de força.

Começando na terça-feira com a marcha em São Bernardo pelo emprego e contra os juros altos e se espraiando, no dia seguinte, em todo Brasil.



Se fizermos a lista, percorremos as capitais do país e várias outras cidades.



No Paraná, desde cedo, a paralisação de duas horas nas montadoras da grande Curitiba e o ato em frente à sede local do BC; no Rio de Janeiro a manifestação também no BC e nas barcas (mesmo com a chuva intensa que caía); nas Alagoas, no Amazonas, na Bahia, no Espírito Santo, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, em Sergipe, em Brasília (com a tradicional sardinhada na sede do banco) e em São Paulo quando convergiram para a Avenida Paulista, onde fica o BC, três colunas de manifestantes de todas as centrais e de vários sindicatos, federações e confederações; foi uma onda no Brasil todo.



O recado, claro e contundente: chega de demissões, abaixo os juros altos e o spread abusivo dos bancos!



No início da noite o Copom anunciou um corte de 1% na taxa básica de juros. Ainda insuficiente (segundo desejo unânime de todos) aponta a direção correta.



Analisando as duas jornadas, seus efeitos e a continuidade da luta, estou criando o “baixômetro”, isto é, a tabela que relaciona nossas manifestações com a queda dos juros.



No dia 10 de dezembro do ano passado, fizemos duas manifestações (em São Paulo e em Brasília) e o Copom, surdo, não mexeu nos juros. Nos dois dias de janeiro, pelos meus cálculos, manifestaram-se em todo o Brasil 60 mil trabalhadores e a taxa caiu 1%. Logo, para que caia 2%, temos que unir, mobilizar, organizar, fazer que se manifestem 120 mil trabalhadores daqui a quarenta dias, quando o Copom reúne-se novamente. Quantos serão necessários para derrotar o Henrique Meirelles e garantir rumos produtivos e emprego na nossa economia?

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