Feliz Natal, ex-D/Es

Nada mais decepcionante para o grande comércio varejista do que ver lojas cheias, porém repletas de compradores aptos apenas a adquirirem produtos de baixo custo.

A ceia de Natal de ambos padece de um certo ar de melancolia. E a economia do país, das agruras da retração.

Mas as coisas estão mudando; ainda timidamente, mas para melhor.

O Natal deste ano recebe os bons fluidos de uma significativa expansão do consumo – para o bem de quem aspira comprar e de quem precisa vender.

É que tem muita gente recém-incorporada ao mercado. Pesquisas realizadas pelo Instituto DataFolha em outubro de 2002 (próximo à posse do presidente Lula), em junho de 2006 e no final de novembro passado revelam que aproximadamente 20 milhões de brasileiros ingressaram na chamada classe C em 5 anos, sobretudo nos últimos 17 meses. A quase totalidade é egressa das classes D/E.

O maior número de pessoas que melhoraram a sua renda e passaram a ter acesso a bens e produtos pertence a famílias com renda de até dois salários mínimos (R$ 760).

Em outras palavras, há uma redução progressiva da pobreza no país.

Questionável sob crivo teórico mais exigente, a segmentação da população do ponto de vista econômico segundo classes A/B, C e D/E é usada por agências de publicidade e por empresas com o fito de focarem seus investimentos. Destaca itens de consumo e seu número no domicílio dos entrevistados e correlaciona-os com o grau de instrução do chefe de família e a existência, ou não, de empregado doméstico na residência. É, assim, um indicador útil.

Tanto que analistas consideram que a migração dos D/Es para a classe C decorre de dois fatores conjugados: o incremento de programas sociais que contribuem para a transferência de  renda; e a recente retomada do crescimento econômico.

Sendo assim, regozijemo-nos todos com a boa nova.

Feliz Natal, para os ex-D/E!