Governo deve evitar frente de luta diversionista. Por Luciano Siqueira
O governo Lula está envolto em guerra de longo curso no espaço de um mandato de apenas quatro anos e muitos desafios a enfrentar.
Publicado 20/04/2023 08:54 | Editado 20/04/2023 12:15

É o que menos o governo Lula precisa: abrir novas frentes de luta secundárias. Como essa CPI destinada a apurar os acontecimentos do dia 8 de janeiro.
A iniciativa da oposição é diversionista. Uma tentativa de reagir à incomoda condição de corresponsável pelos atos terroristas de natureza golpista.
Deseja fazer barulho no Norte e atacar no Sul… para tumultuar o ambiente parlamentar onde a duras penas o governo vai construindo uma maioria.
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Terá sido correta a decisão dos governistas embarcarem nessa CPI? Certamente não.
Ambos os lados se autoproclamam com sangue nos olhos e faca nos dentes. Prenúncio de cenas que em nada contribuirão para o ambiente parlamentar minimamente necessário à governabilidade.
Nem para esclarecer a base da sociedade.
Em guerra de longo prazo é de bom alvitre evitar provocações diversionistas da parte das forças adversárias. Não se deixar atrair para trincheiras que podem desviar parte das nossas energias de nossos próprios objetivos.
O governo Lula está envolto em guerra de longo curso no espaço de um mandato de apenas quatro anos e muitos desafios a enfrentar.
Basta anotar o torpedeamento que sofre da bateria midiática pró mercado financeiro em relação à luta prioritária por mudar a política monetária e fiscal. O propósito é recuperar a capacidade de investimento público e recolocar a indústria no vértice de atividades econômicas dinâmicas, indispensável à geração de emprego e renda. Mas o rentismo peleja com todas as armas para manter as condições privilegiadas da usura.
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O mesmo acontece face à postura altiva adotada na política externa. A grande mídia, abertamente pró-EUA, reclama uma aliamento preferencial com a potência decadente em meio à transição a um novo desenho geopolítico multipolar.
E assim é e será em relação a todos os pontos essenciais do projeto de reconstrução nacional.
São batalhas ingentes, exigem concentração de energias e mobilização da base popular.
Isto numa correlação de forças no parlamento e no conjunto da sociedade muito arriscosa. Temos um governo viabilizado eleitoralmente mediante maioria apertada. Diferença que ainda não se alargou, conforme mostram pesquisas recentes.
A oposição parlamentar, carente do líder antes fugitivo para Miami e agora semi-recluso em Brasília, busca a todo custo fazer tumulto a seu modo e assim alimentar suas milícias digitais numa frente de batalha em que sofre perdas, porém continua a ofensiva.
A quem e a que servirá essa CPI?
Aos interesses do povo e da nação não será, por mais que a tropa de choque governista seja hábil e firme na denúncia do golpismo.
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