Governo deve evitar frente de luta diversionista. Por Luciano Siqueira

O governo Lula está envolto em guerra de longo curso no espaço de um mandato de apenas quatro anos e muitos desafios a enfrentar. 

Posse dos Deputados em 1º de janeiro. "Proposta de CPMI dos atos de golpistas é manobra diversionista". Foto:Valter Camapanato/Agência Brasil

É o que menos o governo Lula precisa: abrir novas frentes de luta secundárias. Como essa CPI destinada a apurar os acontecimentos do dia 8 de janeiro.

A iniciativa da oposição é diversionista. Uma tentativa de reagir à incomoda condição de corresponsável pelos atos terroristas de natureza golpista.  

Deseja fazer barulho no Norte e atacar no Sul… para tumultuar o ambiente parlamentar onde a duras penas o governo vai construindo uma maioria. 

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Terá sido correta a decisão dos governistas embarcarem nessa CPI? Certamente não.

Ambos os lados se autoproclamam com sangue nos olhos e faca nos dentes. Prenúncio de cenas que em nada contribuirão para o ambiente parlamentar minimamente necessário à governabilidade. 

Nem para esclarecer a base da sociedade.

Em guerra de longo prazo é de bom alvitre evitar provocações diversionistas da parte das forças adversárias. Não se deixar atrair para trincheiras que podem desviar parte das nossas energias de nossos próprios objetivos. 

O governo Lula está envolto em guerra de longo curso no espaço de um mandato de apenas quatro anos e muitos desafios a enfrentar. 

Basta anotar o torpedeamento que sofre da bateria midiática pró mercado financeiro em relação à luta prioritária por mudar a política monetária e fiscal. O propósito é recuperar a capacidade de investimento público e recolocar a indústria no vértice de atividades econômicas dinâmicas, indispensável à geração de emprego e renda. Mas o rentismo peleja com todas as armas para manter as condições privilegiadas da usura. 

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O mesmo acontece face à postura altiva adotada na política externa. A grande mídia, abertamente pró-EUA, reclama uma aliamento preferencial com a potência decadente em meio à transição a um novo desenho geopolítico multipolar.

E assim é e será em relação a todos os pontos essenciais do projeto de reconstrução nacional.  

São batalhas ingentes, exigem concentração de energias e mobilização da base popular.

Isto numa correlação de forças no parlamento e no conjunto da sociedade muito arriscosa. Temos um governo viabilizado eleitoralmente mediante maioria apertada. Diferença que ainda não se alargou, conforme mostram pesquisas recentes.

A oposição parlamentar, carente do líder antes fugitivo para Miami e agora semi-recluso em Brasília, busca a todo custo fazer tumulto a seu modo e assim alimentar suas milícias digitais numa frente de batalha em que sofre perdas, porém continua a ofensiva. 

A quem e a que servirá essa CPI?

Aos interesses do povo e da nação não será, por mais que a tropa de choque governista seja hábil e firme na denúncia do golpismo. 

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