Governo Lula precisa de apoio ativo

Uma política de transição exige não apenas vitórias institucionais, mas também um engajamento ativo do povo para fortalecer o novo ciclo de progresso.

Foto: Sergio Lima/AFP

Já são nove meses de muito trabalho e resultados consideráveis, porém ainda numa permanente quebra de braços com forças oponentes, ora explícita, ora mais ou menos camuflada.

A política externa vem acumulando sucessos, a ponto de o pronunciamento do presidente Lula na abertura da Assembleia Geral da ONU ter recebido elogios até em editoriais da grande mídia pró-rentismo.

Da mesma forma, as forças do contra reconhecem os bons resultados decorrentes da retomada de programas sociais compensatórios. O Bolsa Família, talvez o de maior visibilidade, contabiliza o acréscimo de 2,15 milhões de grupos familiares beneficiários nos &uacu te;ltimos seis meses.

A duras penas e mediante cuidadosa negociação, o ingresso de novos ministros filiados ao PP e ao Republicanos provavelmente já propicie maioria parlamentar que, embora ainda instável, viabilize a aprovação de matérias importantes do governo no Congresso Nacional.

De outra parte, visível é o esforço do governo em reconstruir parte do Estado, fracionado durante os quatro anos de Bolsonaro, no sentido de viabilizar iniciativas concretas em áreas estratégicas destinadas a retomar o desenvolvimento econômico.

Tudo isso acontece em ambiente de transição da situação herdada do governo anterior e do período Temer ao que se pretende venha a ser um novo ciclo de realizações progressistas.

Toda transição implica luta tenaz entre o novo que pretende se impor e o velho que resiste e tenta recuperar terreno. Esse confronto em alguns instantes acontece de maneira “morna”, inclusive dentro do próprio governo; em outros instante s abertamente.

Nessa situação, ainda falta um fator sob todos os aspectos indispensável: amplo e ativo movimento social de apoio ao governo.

Não é possível transitarmos numa hora dessas enfrentando múltiplas batalhas tão somente na área institucional.

A amplíssima frente democrática e progressista que elegeu o presidente há que se traduzir também em ações concretas destinadas a esclarecer e por em movimento parcelas crescentemente expressivas da população.

Fazendo a sua parte, o PCdoB realiza assembleias de base e conferências distritais, municipais e estaduais — parte da vida democrática interna — tendo como um dos eixos fundamentais aprofundar as ligações de sua militância com a classe trabalhadora e o povo , e assim contribuir, nas ruas, para o êxito do governo Lula.

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