Manchetismo

Na sexta-feira, dia 17, os jornalões noticiaram, nas capas ou em manchetes da página de economia, a criação de empregos formais em junho e o saldo total no primeiro semestre de 2009 de acordo com o Caged.

Os números, secos, seriam: 119,5 mil novas vagas no mês e 300 mil no acumulado do primeiro semestre (em ambos os casos os números referem-se aos saldos entre contratações e demissões).


 


 


Mas, vejam as manchetes!


 


 


O Globo (Economia): “Crise faz criação de empregos formais no país despencar 78% no semestre” e “Foram criadas 299 mil vagas com carteira, pior resultado da última década.”


 


 


O Estado de S. Paulo (Economia): “Emprego com carteira assinada tem o pior junho desde 2001” e “Caged mostra que País criou 119,5 mil novas vagas no mês, 9% menos do que em maio.”


 


 


Folha de S. Paulo (Capa  e Economia): “Brasil deixa de criar 1 milhão de postos formais” e “País deixa de criar 1 milhão de vagas no ano- De janeiro a junho foram gerados 300 mil postos de trabalho formais, ante 1,36 milhão no mesmo período de 2008.”


 


 


Todo esse manchetismo nos jornalões era contrastado pela informação estratégica na capa do Valor Econômico, bem ao gosto dos empresários que muito além da política e da gritaria, precisam de verdade: “Metade dos empregos estão de volta” (Referindo-se à recuperação de 50% dos postos de trabalho perdidos durante a crise).


 


 


O manchetismo confirma o ditado sobre a tortura interesseira dos números: há varias maneiras de mentir, uma delas é a estatística.

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