Mobilização para salvar o país da pandilha bolsonarista

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Num país em que temos a notícia de uma sombria fila de pessoas para ter acesso a ossos e um espetáculo patético de um hospital transformado em circo para atender a um ato teatral do presidente, que foi despejar mil gramas de excrementos e para isso mobilizou recursos do erário para se locomover de Brasília para São Paulo, temos ou teremos, em algum momento de nos perguntar: onde erramos? Embora seja apenas pergunta retórica, é preciso buscar entender esse processo falimentar de uma nação.

Pessoas utilizando comida já descartada por pessoas ou empresas; cascaveando lixo em busca de roupas e outras mercadorias descartadas pela, ainda consumidora classe média; famílias nos sinais de trânsito e nos canteiros, pedindo dinheiro, com expressões desalentadoras; a fome instalada novamente nas periferias e o banditismo dela decorrente. Esse é o cenário de um país que apostou num sonho de renovação política, feita por um sujeito que se apresentou como sendo “de fora do sistema”, e acordou no pesadelo de ver uma quadrilha dirigindo o país. Instalou-se a bandidagem na estrutura do poder central e o brasileiro se viu num mundo em que ser pobre é estar condenado a ser cidadão de segunda (ou terceira classe).

A própria vacinação escancara a “escolha” dos beneficiários dela. Em São Paulo, áreas mais pobres e com mais mortes por covid-19 recebem menos vacinas, ou seja, a população que mais precisa é a menos atendida. Aliás a abertura de drive thru para vacinas, geralmente nas grandes cidades é uma demonstração clara da divisão de classes, pois considera o cidadão a partir do carro, separando-o do “resto” da população, condenada a filas.

O fascista abilolado continua com suas tagarelices, recorrendo cada vez mais a injúrias destrambelhadas, atacando, a esmo, ministros, senadores, instituições da República. Mas só faz isso porque ainda detém boa parte do apoio de deputados e senadores, de uma legião de fanáticos cada vez mais violentos e com uma horda que usa todo tipo de meios de comunicação para dar voz a esse elemento. Sua fúria é, também, para retirar os olhares sobre as descobertas quase diárias da “CPI da Covid” desnudando as práticas criminosas existentes dentro do ministério da Saúde.

Temos, dessa forma, um país que mergulha na fome, miséria e desigualdade social cada vez mais expressiva; uma estrutura política que, formada historicamente para ser um balcão de negócios, é muito pouco afeita ao controle popular; um sistema de governo que provou ser muito frágil, quando tomada por bandas criminosas; um parlamento que, devido a um processo eleitoral sempre confuso, feito para não permitir ao eleitor uma escolha menos ruim; e um sistema econômico em os interesses dos grandes grupos empresariais, especialmente os do capital financeiro, estão acima da população em geral, e dos trabalhadores em particular.

As manifestações marcadas para o próximo sábado (24) serão um termômetro de como as mobilizações podem ter o poder de agregar mais e mais segmentos da população em apoio à retirada, pela via constitucional, do Mandrião. Com o parlamento em recesso e com uma parcela significativa dos meios de comunicação ou apoiando ou fazendo vista grossa às ações nada republicanas do presidente, as oposições tentam forjar uma aliança para empurrar o impedimento de Bolsonaro para a ordem do dia, mas as dificuldades são grandes, pois as oposições são formadas por grupos que tem visões muito diferentes de como enfrentar Bolsonaro.

Mas não resta outro caminho: fora Bolsonaro!

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