Na reta final, dramalhão e ameaças

Algo de podre ainda poderá vir à tona no intuito de sabotar o processo eleitoral e criar ambiente conturbado

Embora repita o contrário em seus histriônicos e raivosos pronunciamentos, o presidente Jair Bolsonaro e sua trupe de aloprados dão sinais claros de que reconhecem a iminente derrota.

Porém ainda tentam alguns últimos recursos, à imagem e semelhança do malfadado ex-presidente norte-americano Donald Trump: melar o jogo antes que se consuma o resultado no próximo dia 30.

Isto no pressuposto equivocado de que ainda seria possível provar a absurda teoria de que o Tribunal Superior Eleitoral age em favor da oposição.

Acontece que as duas bombas preparadas pelo círculo dominante bolsonarista se mostraram — como diziam colegas da minha infância — autênticos “peidos de velha”.

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A pantomina urdida pelo ex-deputado Roberto Jefferson, destinada a dar um xeque-mate no TSE, resultou no fiasco que continua repercutindo.

Estourou diretamente no colo do presidente da República, que atabalhoadamente reagiu com um misto de velada solidariedade e confusa tentativa de se desvincular do dileto aliado terrorista.

Um fracasso.

Em seguida, antecedida de uma tentativa de gerar na mídia uma espécie de suspense, vez que anunciada como uma “bomba”, a acusação do ministro das Comunicações de que estaria havendo negligência e parcialidade por parte do TSE no envio (sic) do material de propaganda do candidato Bolsonaro a emissoras de rádio. Em consequência, um certo número de inserções não teriam sido veiculadas.

Estranho que alguém que ocupa cargo de primeiro escalão no governo não tenha tido o cuidado de verificar que a responsabilidade pelo encaminhamento do material de propaganda às emissoras de rádio e TV não cabe ao TSE, e sim ao próprio partido do candidato!

Outro fracasso vergonhoso.

E agora, faltando quatro dias incompletos para consumação do segundo turno, que novos lances podemos esperar da campanha bolsonarista?

Nunca se pode subestimar a extrema direita fascistóide, é verdade. Algo de podre ainda poderá vir à tona no intuito de sabotar o processo eleitoral e criar ambiente conturbado, que possa encorajar alguma forma de impasse de natureza golpista.

Sim, não subestimemos a hipótese.

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E o antídoto está justamente na intensificação da campanha do ex-presidente Lula, combinando as manifestações de rua com o corpo a corpo junto ao eleitorado ainda indeciso, ou passivo de ser conquistado, com o reforço da amplitude política e social alcançada.

A frente ampla pela democracia há de se manifestar das mais diversas formas e com seus múltiplos matizes, como vem acontecendo.

À militância de base ativa, cumpre agir com otimismo e alegria e o necessário bom senso para evitar provocações e incidentes que possam conturbar a campanha nas suas últimas horas.

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