Notícias do Haiti

O terremoto que sacudiu dramaticamente o Haiti deixou várias lições além do saldo trágico de vítimas fatais, sem falar nas centenas de milhares de feridos e também os incontáveis desabrigados. Mais pareceu que em Porto Príncipe foi jogada uma bomba atômica como em Hiroxima, só que na cidade japonesa as vítimas foram em maiores proporções ainda.

Uma dessas lições é que em uma nação subdesenvolvida as vítimas de uma catástrofe, como um terremoto, as baixas na população praticamente duplicam ou mesmo triplicam na hipótese mais otimista.

Porque as condições de infra-estrutura das cidades ou do País são nenhuma ou quase nenhuma para que se possa diminuir uma desgraça de tal magnitude. Além do mais essas nações não possuem a tecnologia de engenharia necessária para que as construções, residências, edifícios e infra-estrutura em geral possam suportar minimamente os abalos sísmicos.

É sempre bom lembrar que a intensidade do terremoto no Haiti não foi dos maiores já acontecidos, tal como o de Tóquio em 1923 ou da China em 2008. Mas o número de mortos foi equivalente.

Então temos aqui o óbvio ululante, nos países pobres os desastres decorrentes de fenômenos da natureza tendem a ser de consequências violentíssimas.

Mas a culpa dessa contabilidade macabra não entra na conta da natureza, é de exclusiva e inteira responsabilidade do homem, das elites internas dessas nações, da criminosa indiferença das grandes potências em relação ao destino desses países deserdados da esperança.

O Brasil, caminhando a passos largos ao clube dos desenvolvidos, também possui seus vários bolsões de Haitis espalhados por todas as regiões do País, numerosos nas periferias das grandes cidades e em municípios pobres da nação. Assim, não podemos esperar, criminosamente, que a natureza continue a ser benevolente com o povo brasileiro como tem sido até agora.

Por último, o exemplo do que é uma nação sem instituições, sem um Estado nacional de fato, um País a deriva, à exceção da presença das tropas da ONU sob o comando das forças armadas brasileiras desenvolvendo inestimável papel humanitário.

Mas agora surgiram os mariners que iam ao Iraque, e foram desviados para o Haiti aos milhares. Chegam sem nenhum preparo comprovado para lidar com ações cívico-sociais, sem nenhuma explicação das suas funções estratégicas por lá, causando justificadas interrogações e apreensões sobre as verdadeiras razões da sua presença no Haiti destroçado.

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