Novamente o caso Cesare Battisti

Grande celeuma se estabeleceu diante da tomada de posição soberana do Brasil em relação ao caso do asilo político de Cesare Battisti, cidadão italiano, em 13 de janeiro último, assinada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. Forças reacionárias poderosas

Quem ataca o governo brasileiro é o mesmo Berlusconi que se utiliza do poder que exerce para moldar as leis de seu país segundo seus interesses pessoais e corporativos – é o magnata da imprensa e o empresário mais rico da Itália atualmente. Em abril de 2003 teve início o julgamento do primeiro-ministro acusado de ter subornado um juiz em 1985, por ocasião da compra de uma empresa de alimentos. Em junho o julgamento é suspenso, em virtude da aprovação de uma lei que dá imunidade legal aos cinco mais altos postos de governo. Em dezembro de 2004 é absolvido pela Suprema Corte e em novembro de 2006 é novamente colocado no banco dos réus por fraudes fiscais e lavagem de dinheiro. Esse é Berlusconi que desde 1994 lidera uma coalizão que reúne seu partido, Força Itália, a xenófoba Liga do Norte e os neofacistas da Aliança Nacional. De lá até hoje participou de vários governos e atualmente conduziu ao poder o neo-fascista Gianfranco Fini, líder da Aliança Nacional. Trouxe para o governo também o separatista Umberto Bossi, líder da Liga do Norte. Alinhou-se com George Bush na invasão do Iraque, enviando tropas italianas de ocupação.


 


 


Contra esta conduta afrontosa ao governo do Brasil se manifestou, no último final de semana, a Comissão Política Nacional do PCdoB, que expressou apoio à decisão do Estado brasileiro, rechaçando as pressões exercidas não somente pelo governo da Itália, mas também por forças obscurantistas aqui mesmo do Brasil, por considerá-las inapropriadas e afrontosas à nossa soberania nacional. A nota da direção política dos comunistas brasileiros ainda recorda que “o Brasil e a Itália têm uma longa história de amizade e de apoios recíprocos e que o PCdoB confia na continuidade desta tradição que inclui o respeito mútuo às decisões soberanas de seus Estados nacionais”. O Supremo Tribunal Federal negou recentemente uma apelação do governo italiano que exigia a revogação da concessão do asilo político de Battisti, numa demonstração de independência e soberania. Vamos ver se a suprema corte mantém esta decisão na análise do mérito da questão.

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