O movimento sindical e a presidente Dilma

O movimento sindical brasileiro, representado pelas centrais sindicais agindo de maneira unitária, teve um grande papel no encaminhamento e na solução de problemas dos trabalhadores, da sociedade e da economia. Durante os oito anos da gestão do presidente Lula – em particular durante o segundo mandato – a parceria estratégica entre as centrais unidas e o presidente produziu resultados muito positivos: a política de valorização do salário mínimo, o veto à Emenda 3, o reconhecimento das centrais e sua legalização, entre outros.

O movimento acostumou-se a esta forma de agir que decorreu em muito da aspiração unitária dos trabalhadores e da personalidade do presidente, que jamais renegou sua origem e passado sindicais.

Agora, com a presidente Dilma, algumas coisas devem se afirmar de modo a garantir a continuidade dos êxitos.

Em primeiro lugar devemos estar atentos (levando-se em consideração a psicologia dos personagens) a uma maior formalização nas relações. Não se deve ter ilusões na espontaneidade dos acontecimentos e das reuniões que devem ser preparados com mais atenção e rigor apoiados em dossiês e mobilizações qualificados e efetivos.

Em segundo lugar – e, acho, que com atraso – o movimento deve fazer questão de reimprimir e divulgar maciçamente as resoluções da Conclat, que constituem o verdadeiro mapa da mina das reivindicações unitárias dos trabalhadores e garantem coerência às nossas pretensões. Nossa plataforma deve ter a força de milhões de trabalhadores esclarecidos.

E, finalmente, devemos levar em conta a forte presença partidária que deve interferir nas relações entre as centrais unidas e a presidente; com Lula provamos várias vezes que nos bastavam relações sindicais e presidenciais para garantir nosso êxito. Na atualidade, este êxito passa a depender fortemente das relações político-partidárias, já que o governo de Dilma, governo de coalizão, apóia-se em partidos que, provados pelas urnas, saíram fortalecidos das últimas eleições.

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