O que esperar da 12ª Cúpula do BRICS organizada pela Rússia

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Organizada pela Rússia, a 12ª Cúpula do BRICS será realizada neste 17 de novembro de 2020. Devido a pandemia da Covid-19, desta vez o evento será realizado por videoconferência. A ausência física dos principais líderes que formam o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) deve atenuar um pouco a sua atmosfera política, assim como a sua repercussão midiática, principalmente porque não teremos as famosas reuniões presenciais, bilaterais e multilaterais entre suas principais lideranças. Mas mesmo que a realização virtual dessa Cúpula a torne mais “fria” e protocolar, sua realização será de extrema importância.

“Parceria do BRICS para a Estabilidade Global, Segurança Comum e Crescimento Inovador” foi o tema escolhido para essa 12ª  Cúpula. Evidentemente, dentro dessa pauta geral sobre os desafios para a manutenção da estabilidade política global e a necessidade de se retomar o crescimento econômico, será interessante observar qual a leitura que esses cinco líderes farão sobre o cenário político internacional, principalmente com a provável troca de comando na Casa Branca e um quase certo governo de Joe Biden.

Na parte da segurança global, é preciso observar que houve grandes mudanças no ambiente internacional desde que o BRICS foi oficializado em 2009. Mesmo dentro dos BRICS, houve uma grande mudança de como os seus atores interpretam o cenário internacional e suas possíveis ameaças. Porém é importante observar que os BRICS não foram criados para lutar contra uma supremacia geopolítica específica, mas para que esses países em desenvolvimento pudessem, juntos, defender melhor os seus interesses nacionais. E a premissa de que os seus membros são países em desenvolvimento continua inalterada. Por isso mesmo, os interesses convergentes continuarão maiores do que qualquer divergência pontual.

Assim, devido o prolongamento da pandemia e diante das incertezas que rodam o cenário político e econômico mundial, mais do que nunca os grandes países em desenvolvimento precisam atuar juntos na busca de soluções comuns que atenuem os efeitos negativos da crise atual.

Como países em desenvolvimento, os membros dos BRICS foram os mais afetados por essa pandemia. Seus desafios econômicos e sociais, que já eram grandes, agora são ainda maiores. Isso é mais um motivo para que esses países compartilhem suas percepções, exponham suas inquietudes, busquem pontos de convergências e intensifiquem a colaboração para que possam gerar mais resultados positivos, maximizar os ganhos mútuos e beneficiar os seus povos. Nessa perspectiva, o BRICS continua sendo um palco privilegiado e a realização dessa 12ª deve reforçar ainda mais a sua relevância.

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