Padrões de crescimento

Os financeiristas de plantão levantam a suspeita sobre a incapacidade da economia brasileira em continuar crescendo sem inflação e recomendam o corte do crédito e o aumento dos juros.

Duas alternativas burras que não se justificam perante diversas outras, mais viáveis, capazes de enfrentar com presteza eventuais problemas: mais salários, mais investimentos, mais produção, mais consumo e correção cambial.


 


Os padrões do desenvolvimento que a economia brasileira vem sustentando já podem garantir uma discussão estratégica sobre suas características e seus arranjos institucionais.



A primeira característica é o crescimento econômico com democracia representativa, sob o império da Constituição e sem nenhuma tentação de busca de atalhos salvacionistas.



A segunda característica é o crescimento econômico associado à distribuição de renda e à inclusão social. A revista Veja que é uma crítica histérica da política governamental, teve que reconhecer com ironia amarga a emergência da “classe dominante” constituída pelos novos consumidores e agentes econômicos pobres que dão base para o crescimento do PIB brasileiro (junto com os investimentos).



A terceira característica é associada ao futuro do crescimento e diz respeito, seja à institucionalização das conquistas, seja ao padrão de qualidade dos produtos e dos produtores. A “nova economia” deve garantir o respeito ao meio ambiente, a melhoria do padrão de vida das pessoas (saúde, segurança e educação) e qualificação propriamente dita dos trabalhadores, começando com salto de qualidade representado pela redução da jornada sem redução de salários e avançando com a melhor utilização dos recursos sociais disponíveis para a qualificação (sistema S, seguro-desemprego e educação formal).

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