Palmeiras e Versos sem Vírgulas

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Acaso fosse eu um curumin
À sombra da carnaubeira
Com meu calção de pindoba
Era a raça brasileira

Ainda que não gostasse
Do coco de ouricuri
Apreciava os aromas
Que brotavam do buriti

Do muriti me servia
Me empapuçava do açai
Andava entre os coqueiros
Apanhava muito ariri

Bacaba eu disputava
Com as jandaias anajás
Macaúvas licuzeiros
Pupunhas jarinas jarás

Da copa do dendezeiro
Vigiei a vida inteira
Para que não extingüisse
A nossa querida palmeira

Com seu porte triunfante
Estão em todo o lugar
Lá nas matas de Alagoas
E na Praça Dom José Gaspar

As palmeiras têm mil virtudes
Resumi somente as principais
Canto então a vitória ameríndia
Em sertões campos regionais

Lembro Medeiros e Albuquerque
Lembro o Gonçalves Dias
Peço um viva para as palmeiras
Que nos dão vida e alegrias

Poeta Augusto de Campos
Poeta dentre mil e tantos
Que desde o século XVII
Versou palmeiras e cantos

Esta homenagem dedico
Ao José Ferreira dos Santos
Que me ensinou fazer versos
Que causam espécie e encantos

Permita Deus que as palmeiras
Vicejem aqui e acolá
Como vicejam versos e rimas
Em consonância canta o sabiá

E viva Ribeirão e Cravinhos
Viva Santa Rosa de Viterbo
Viva o Acas que conseguiu
Escrever sem vírgula e verbo!

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