Protagonista da História

Durante as duas décadas em que perdurou o arbítrio no Brasil foi a juventude, em seu eterno espírito de inconformismo e sede de transformar as estruturas carcomidas das sociedades, quem mais se sacrificou pelas liberdades democráticas em nosso país.
Paradoxalmente, durante o regime de exceção, surgiram os melhores quadros profissionais da nação. É que o exercício da luta sem tréguas para mudar a realidade asfixiante exigiu muita coragem para lutar e intensa criatividade para driblar o autoritarismo.

De tal maneira que essa cultura de resistência foi um celeiro de líderes em praticamente todas as áreas da sociedade brasileira e muitos foram os mártires dessa jornada perigosa contra a ditadura.

Assim, a UNE escreveu mais um capítulo em sua rica história de serviços à causa do povo brasileiro. A sua característica principal, a sua identidade, encontra-se intimamente ligada à luta patriótica e à democracia. Esse traço fundamental é que sempre uniu as amplas camadas de jovens em torno da sua entidade máxima.
Os momentos mais destacados da União Nacional dos Estudantes, em que ela aglutinou dezenas de milhares de estudantes e representou uma referência para a sociedade brasileira, foram aqueles em que as suas bandeiras foram suficientemente amplas para atrair as mais diversas correntes de pensamento para a defesa dos interesses nacionais.

Seu itinerário está exigindo um estudo mais profundo como entidade da nossa história republicana. Porque a UNE, ao lado da Associação Brasileira de Imprensa, ABI, e a Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, são as três organizações, não partidárias, emblemáticas da sociedade civil brasileira.    

Fundada em agosto de 1937 é, aos 71 anos de existência, uma protagonista da formação contemporânea do Brasil, uma presença marcante nos momentos estratégicos da nossa afirmação como povo e Estado nacional. Uma trajetória de sacrifícios e glórias que honra a nação.