Ronaldo e seu “desamor”

O Fenômeno, em entrevista coletiva anterior a seu retorno contra o Cruzeiro, declarou que encerrará sua carreira no Corinthians. Ao ser perguntado sobre o clube do coração, o Flamengo, disse que hoje era corinthiano, mas ao cravar quem seria o campeão, falou o amor.

O amor por um clube de futebol é como um grande amor por alguém especial. Cada um tem suas especificidades, mas se assemelham em sua essência.

Quando nosso time do coração tem uma grande atuação, nos empolgamos, comemoramos, gritamos para todo mundo ouvir o quanto amamos nosso clube. Da mesma forma que nos inebriamos com um belo passeio, um bom beijo, um programa gostoso feito com nossa companheira, ou companheiro.

Nossa memória registra todos estes momentos. Lembramos das vitórias, dos gols, dos craques, como recordamos as viagens, os jantares e todas as pequenas coisas que fizemos com a pessoa amada.

Também não esquecemos as brigas. As pequenas e as grandes. Que nos servem como aprendizado para melhorarmos à frente. Assim como as derrotas no campo, onde passamos à condição de treinadores e “cornetamos” o esquema tático, um jogador que não foi bem ou a diretoria do clube.

Após uma derrota dizemos: “Não venho mais ao estádio!”; “Com esse time não dá!”. Às vezes falamos ao nosso amor: “Nunca mais quero te ver!”; “Eu não te amo mais!”.

Mas depois vem a saudade. Torcemos a cara, relutamos, mas acabamos reencontrando nossos amores. Seja no campo, seja na vida.

E voltamos a incentivar nossos clubes, com toda a paixão de sempre, que andava meio esquecida em um canto do coração. Tal como em nossos relacionamentos, onde a saudade reacende a chama da paixão, a paz e felicidade se reencontram com os amantes.

O amor não passa, não cessa. Não é uma doença onde algum tratamento nos livra definitivamente. Ele sofre crises, sejam de confiança, sejam de insegurança. Às vezes se rompem, mas não tardam a voltar. Pois o amor é um só, pra vida toda.

Ronaldo pode se dizer corinthiano, pois é profissional e também grato ao time que o fez reencontrar o futebol, sem o mesmo físico, mas a mesma categoria de sempre. Mas na primeira oportunidade que encontra, o coração fala mais alto.

E aí está a tal beleza da vida! O que seria de nós se não houvesse o amor?

Certamente, não seríamos nada!

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