Segundo turno: a mídia e a rua

A relação entre a mídia e a rua (e o peso específico de cada um) nas campanhas eleitorais tem sido tema recorrente dessas nossas despretensiosas notas semanais. Por uma questão de convicção e de método, sempre acentuamos que por mais sofisticada e eficien

Esta, em certo sentido mais do que a via eletrônica, se presta ao acúmulo de experiência e de consciência. Tem gente que duvida. Mas é o que nos parece, até prova em contrário.


 


 


Todavia os fatos vão se impondo. A cada campanha a TV e o rádio jogam papel mais saliente. Agora mesmo, nesse segundo turno presidencial e, em vários estados, estadual, há uma forte tendência a se sobrevalorizar mais ainda os debates e as entrevistas nos meios de comunicação, enquanto a movimentação de rua, morna, vai ocupando modesto segundo plano.


 


 


Cá com os nossos botões, na condição de militante empenhado em botar o bloco na rua, anotamos dois pontos a título de reflexão.


 


 


Primeiro, o iniludível reconhecimento de que a TV e o rádio, assim como a Internet, cumprem mesmo cada vez mais um papel de destaque na formação da consciência social, durante as campanhas e nos seus interregnos. Do que decorre o desafio de envidar todos os esforços no sentido de adquirir condições de bom uso dessas mídias. O portal Vermelho, suspeição de colaborador à parte, vem se esmerando e conquistando lugar de destaque na luta de idéias que se trava via net. Portanto, não adianta reclamar, ao contrário, cabe seguir esse exemplo, assim como aprender com as boas práticas de campanha midiática verificadas a cada pleito. Ao invés de remarmos contra a maré, que saibamos nadar na corrente da vida real – em favor do povo.


 


 


Segundo, a importância de abordar o “fator rua” sob um prisma mais amplo. Não se deve restringir o peso da mobilização social na definição de resultados eleitorais circunscrevendo-o apenas ao período de campanha propriamente dito. Isto porque a luta do povo é permanente e prossegue entre uma eleição e outra. O que se faz durante todo o ano todo em matéria de mobilização social contribui decisivamente para a criação de um ambiente favorável às idéias mais avançadas no momento eleitoral. Basta verificar o número de candidatos proporcionais que se elegem com apoio de categoriais profissionais ou de áreas populares ativas na defesa de direitos. Vale também para a conquista do voto junto a parcelas do eleitorado beneficiárias de programas governamentais. Quem planta colhe.


 


 


Isto posto, cabe agora valorizar o que se passa na mídia com a realização de reuniões públicas, carreatas, comícios de ponta de rua, passeatas e panfletagens. Para ganhar as eleições e acumular forças.


 

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
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