Os dirigentes do movimento sindical têm se acostumado a levar porradas (por enquanto metafóricas, felizmente) desde a paralisia da economia, o disparo do desemprego, a deforma trabalhista de Rogério Marinho e as agressões do bolsonarismo.
Uma semana tumultuada com mistura de boas e más notícias. A conjuntura econômica mantém-se travada apesar dos votos mal intencionados de quem a vê avançar propagandisticamente com passos de tartaruga.
Parece que está havendo bate-cabeça no famigerado GAET, o Grupo Assumido de Entraves Trabalhistas. Não é ainda barata-voa porque o manda-chuva Rogério Marinho não deu a última palavra nem acionou o freio de arrumação.
Nestes textos que escrevo sempre evito tratar de política (principalmente política partidária) não porque considere o assunto irrelevante, mas para manter disciplinadamente o foco nas atividades sindicais.
O mundo das grandes montadoras de veículos (e da indústria automobilística em geral) acostumou-se, durante todo o século passado, a regular o mundo industrializado.
Caiu uma espessa cortina de silêncio sobre a suspensão da greve dos petroleiros, seja na mídia grande (com exceção do Estadão no sábado), seja nas mídias sociais.
Em um romance de Julio Verne um trem percorre as vastidões da Sibéria e dois jornalistas, sentados cada um em um lado do vagão, descrevem o que veem pelas janelas, duas paisagens completamente diferentes.
Não me entendam mal, eu não disse que era para dar um pau em uma PEC qualquer, mas sim que existem PECs em demasia, no dito popular.
Tanto o deputado Marcelo Ramos autor da PEC 161 (que deverá ser renumerada) quanto o deputado Paulo Pereira da Silva, seu propagandista, enfatizaram em entrevista e postagem pelo menos dois aspectos defensáveis desta proposição.
A motivação do deputado Marcelo Ramos (PL-AM) encarregado de apresentar sua PEC 161 que emascula o artigo 8º da Constituição (sem levar em conta as “contribuições” dos dirigentes sindicais que estavam discutindo o tema) é um sofisma que pode ser apresentado da seguinte forma:
Há um substrato no bolsonarismo que é o seu apoio do mercado e do rentismo configurado, por exemplo, na manchete da entrevista dele no domingo, 6 de outubro, às jornalistas Tânia Monteiro e Andreza Matais do Estadão: “Economia é 100% com Guedes e não tem plano B”.
Aos trancos e barrancos o Brasil se encaminha, se não houver resistência, a um novo normal que consagraria a desigualdade mais abjeta e a desorganização social do “todos contra todos”.