Estamos em uma conjuntura de resistência em que as más notícias vão se acumulando e as boas passam a ser raras.
Os médicos, em última instância, cuidam da saúde, advogados cuidam de direitos e os engenheiros cuidam da produção.
Das muitas interrogações sobre a economia brasileira na atual conjuntura, uma das que mais me intriga é a renitência da inflação.
Não sei o que deu na cabeça de Gaudêncio Torquato, tão ajuizado em seus textos, para escrever o que publicou na Folha de São Paulo, na última terça-feira, sobre a orfandade dos trabalhadores.
Para entender a atual conjuntura brasileira tenho usado a comparação com a escrita de uma partitura de concerto. Nas pautas estão registradas separadamente as notas musicais determinadas para grupos de instrumentos ou executantes que se ouvem em conjunto.
Durante os últimos anos o movimento sindical brasileiro, aproveitando-se de uma conjuntura favorável, com ganho real do salário mínimo, ganhos significativos nas negociações coletivas e campanhas salariais, crescimento do emprego com formalização dos vínculos, diminuição das jornadas efetivamente trabalhadas.
Três monstruosas criaturas dançam freneticamente no cenário de barata-voa brasileiro. Elas agitam as mãos e emitem grunhidos que são reproduzidos nos veículos de comunicação.
Dois comentaristas tão diferentes como André Singer e Elio Gaspari perceberam o mesmo acorde na sinfonia. Ambos mencionaram o papel desempenhado pela radicalização das posições, partidárias e sindicais, sobre a terceirização e os efeitos desta na luta unitária contra o pacote do ajuste econômico.
Aconteceu nesta terça-feira (28), no auditório da Faculdade de Saúde Pública, o lançamento, com direito a autógrafos, do livro, Análises do Trabalho – Escritos Escolhidos, da doutora Leda Leal Ferreira, editora Fabrefactum.
É preciso deixar abaixar a poeira para que se faça um levantamento criterioso desta fase da luta pela regulamentação da terceirização e seus desdobramentos.
A mais grave das derrotas que o movimento sindical teve na semana passada foi a perda da unidade de ação das direções sindicais. O barata-voa da política instalou-se em nosso movimento.
Em um estudo publicado em março e que passou batido, duas economistas do FMI revelam “a existência de uma ligação entre a queda da taxa de sindicalização e o aumento da parcela das rendas mais altas nos países avançados durante o período 1980-2010”.