Os rentistas e os cabeças de planilha não sossegam quando se trata de direitos dos trabalhadores – querem sempre os derrubar e contabilizam os benefícios como ameaças à saúde financeira do governo.
Uma profecia transforma-se em previsão se é trivial; se não, é tolice. Eu, por exemplo, teria feito uma previsão e acertado se tivesse dito que a grande final da Copa do Mundo seria disputada pelas duas melhores seleções.
Nós vivemos nos meses que precederam a Copa do Mundo (e, por coincidência, também as articulações eleitorais e as convenções partidárias) um clima artificial de pessimismo fabricado pela mídia, que desorientou leitores e espectadores, contaminou os políticos e perturbou alguns do movimento sindical: expectadores de uma tragédia anunciada.
Não tenho o hábito de me citar; quando acerto, porque não quero demonstrar vaidade e quando erro- o que, felizmente, é mais raro- porque não sou masoquista e, provavelmente, já havia feito minha autocrítica.
Agora que a delegação sindical brasileira à Conferência da OIT denunciou práticas antissindicais de procuradores e da Justiça do Trabalho no Brasil, uma nova modalidade de interdito proibitório vai a passos de gigante se afirmando: as multas pecuniárias aos sindicatos executadas imediatamente.
Com data de 7 de junho, oito centrais sindicais (CUT, Força Sindical, UGT, NCST, CTB, CSP-Conlutas, CGTB e CSB) emitiram nota de solidariedade à greve dos metroviários, assinada por seus presidentes.
A rotatividade da mão de obra nos postos de trabalho, uma das heranças malditas da ditadura militar que acabou com a estabilidade no emprego, é uma das chagas sociais nas relações de trabalho no Brasil.
Em um quadro econômico langoroso de juros altos e com as excitações provocadas pela mídia, pela Copa do Mundo e pela disputa eleitoral vindoura, quatro fatores pesam na vida da massa de milhões de trabalhadores e pobres brasileiros: o emprego, a renda (ganhos reais de salários e outros rendimentos), a inflação e a utilização dos serviços públicos (estatais ou privados), levando-a a querer garantir a continuidade do que é positivo e a mudança daquilo que julga errado ou insuficiente.
Que situação difícil passam os trabalhadores na Europa, coração histórico dos direitos sindicais.
O que vou escrever me causa desconforto e apenas o faço para alertar os dirigentes sindicais e convocá-los em defesa da instituição sindical.
Foi uma quinta-feira de protestos, manifestações, passeatas, paralisações e confrontos, menores do que seus promotores previam e publicados nos meios de comunicação sob o lema duvidoso “contra a Copa”.
Meu texto dessa semana, que será o único, tem como tema natural o 1º de maio.