O (ilegítimo) presidente, diante de convidados de vários segmentos da sociedade, reunidos no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, afirma ter recebido em comunicado oficial do governo dos EUA a garantia de que o Brasil estaria a salvo das medidas protecionistas adotadas por Trump em relação às importações de aço.
Refiro-me às eleições presidenciais, em princípio marcadas para outubro próximo, e o pleito de 1989.
Quando se assinalam marcos da luta dos povos, como o Dia Internacional da Mulher, hoje, que envolve um sem número de atividades durante todo o mês, no Brasil e no mundo, há uma tendência natural a se acentuarem as denúncias e as expressões de revolta. No Recife, em Olinda e em outras cidades pernambucanas, por exemplo, o destaque é a escalada de violência sexista que continua vitimando as mulheres.
Parece óbvio, mas não é. Empunhar a metralhadora giratória e atacar a todos indiscriminadamente é grave erro na luta política. No mínimo leva ao isolamento — e, em consequência, ao enfraquecimento e à derrota.
Em cenário tão complexo e imprevisível, a retirada de pauta da reforma previdenciária — por falta de votos suficientes para aprová-la — significa ganho para a oposição e para o movimento sindical e popular mobilizado e derrota para o governo.
Ao contrário do samba, que proclama "agora é cinza, tudo acabado e nada mais", passado o carnaval o ano começa, finalmente — e o jogo político mirando o pleito de outubro é pra valer.
Já em pleno carnaval, pois há dias em muitas cidades do país saem blocos de rua, as articulações políticas ganham um quê de fantasia, ainda que presas à realidade…
Livre pensar é só pensar, convidava Millor Fernandes na sua página Pif-Paf, originariamente publicada na revista O Cruzeiro, destilando sua verve anarquista e bem humorada.
A luta segue. Sem tréguas. De ambos os lados: na grande mídia, hoje, o registro (acanhado) das manifestações de rua em solidariedade ao ex-presidente e a comemoração (explícita) de sua condenação e o apelo para que venha a ser preso e impedido de concorrer no próximo pleito.
Em política, não há como imaginar soluções mágicas para além da vida como ela é. Especialmente quando se trata da diferenciação e da reaglutinação de forças em ambiente complexo e conturbado.
No cenário de dispersão que ainda predomina, tanto no campo governista como na oposição, vão se formando em torno de pretendentes à candidatura presidencial núcleos de apoio formado por técnicos e economistas.
Referir-se nesses termos ao pleito de 2018 em Pernambuco parece dispensável, mas faz sentido. Pois se é óbvio que se trata de uma disputa política, vale sublinhar que a competência e a habilidade — as refinadas ciência e arte da política, digamos assim — terão franca primazia.