O lançamento da Frente Parlamentar Suprapartidária pelas Diretas Já e a convocação de nova paralisação geral para o próximo dia 30 são lances de uma batalha de grande dimensão – por uma saída política para a crise -, que se depara com muitos obstáculos.
Vozes as mais diversas, incluindo gente conservadora, reconhecem que um pleito direto agora para suprir a vacância da presidência da República, pós-queda de Temer, "arejaria" a árida cena política nacional.
Na história das sociedades há fenômenos que, recorrentes, ganham status de lei objetiva – ou seja, se incorporam definitivamente às peculiaridades do povo e da nação.
A fragilidade dos partidos políticos no Brasil não é fenômeno novo, ainda que agora agravada com a onda conservadora – acrescida das denúncias de corrupção – que traz em seu bojo a rejeição aos partidos e à atividade política.
A inquirição do ex-presidente Lula pelo juiz Sérgio Moro, ontem, para além de esclarecedora sob muitos aspectos, concentrou, em cinco horas, a essência do que se passa no país hoje.
Ainda repercute a greve geral da última sexta-feira. A paralisação propriamente dita e as passeatas.
Num cenário geral adverso, sob correlação de forças francamente favorável ao golpismo, a Câmara dos Deputados aprovou ontem a reforma trabalhista.
Resultados de pesquisa recente realizada pela Fundação Perseu Abramo com foco em populações periféricas de São Paulo causam estranheza e inquietude. Mas não deviam surpreender, pois apenas revelam conhecido dado da realidade: a discrepância entre o discurso político dos segmentos mais avançados da sociedade e o nível de percepção da maioria da população.
O instante da vida nacional é, verdadeiramente, um dos mais graves da História – pleno de desafios, sobretudo no terreno teórico e político.
A última rodada de pesquisa Ibope aponta Temer como o presidente mais mal avaliado de todos os tempos, desde que se fazem pesquisas desse tipo no Brasil. Mas, reiteradas vezes, o governante usurpador tem dito que não o preocupa a impopularidade, e sim o cumprimento dos compromissos assumidos.
Como é próprio de tempos bicudos, reina na sociedade brasileira verdadeira Babel, tamanha a confusão de ideias na apreciação da realidade concreta e na busca de alternativas à crise.
O Partido Comunista do Brasil celebra neste 25 de março 95 anos de fundação e atividade ininterrupta.
Muito a comemorar.