Sinceridade é indispensável em tudo – na vida e na política, sobretudo, embora aí nem sempre aconteça.
Diante de mais uma onda recorrente de rebeliões sangrentas em presídios, a mídia tudo noticia com a falsa roupagem de novidade e o governo, entre a perplexidade e a desorientação, ensaia enganosas medidas de força.
Diz-se, com razão, que o maior desafio de um governante reeleito é fazer um segundo governo melhor do que o primeiro.
Não são poucos os analistas da atual situação do país, de um ponto de vista crítico aos atuais governantes, que revelam enorme impaciência, senão revolta, diante do que consideram "ignorância" da maioria dos brasileiros.
É da nossa tradição, as palavras fluem automaticamente: desejamos uns aos outros um Ano Novo rico em realizações e desejos alcançados. Mas este ano há um complemento indefectível: "Se for possível, né?"
Nem sempre a cena política se desenrola conforme planejado. Fatores objetivos determinam mudanças no rumo dos acontecimentos, à revelia da vontade subjetiva dos eventuais principais atores.
"Privei da sua amizade pessoal. Desde que retornou do exílio, anistiado, em 1979, até a sua internação hospitalar e morte, em 2005, portanto, durante quase vinte e seis anos, conversamos com muita frequência. Ora convergindo – a maior parte das vezes -, ora divergindo, sempre em tom mutuamente respeitoso e fraterno".
O golpe segue — cumprindo cada etapa quase que com precisão cirúrgica.
Diz Galeano que nossa memória sabe mais de nossas vidas do que nós mesmos. A memória se encarrega de guardar o que verdadeiramente importa.
Tanto quanto a escolha das palavras, do tom e do gesto – essas expressões concentradas da linguagem humana -, na luta política a ênfase na análise da situação concreta e no que há de mais importante e urgente a fazer tem peso determinante.
Ontem à tarde, quase na mesma hora em que um grupo de militantes de ultra direita invadiu a Câmara dos Deputados pedindo nova intervenção militar na cena política, presenciei, em sentido diametralmente oposto, uma notável demonstração de consciência democrática, na Escola Técnica Agamenon Magalhães-Etepam, no Recife, através do projeto “Adote uma memória – construa nossa História”, coordenado pela professora Analice Rocha.
O “elemento consciente” a que aqui me refiro — para usar uma expressão clássica da literatura marxista — é a compressão política do que se passa. Em sua obra clássica "Que fazer?", Lenin abordou o tema, nas circunstâncias de então, com tal propriedade que ainda hoje suas considerações essenciais são válidas, devidamente adequadas ao mundo atual.