Toda intenção é válida, pelo menos até que o crivo da prática a julgue. Vale para todas as esferas da vida, vale em especial para a atividade política. Um exemplo marcante é a difusão e a aplicação do Programa Socialista, tarefa de primeiro plano para os militantes do PCdoB.
Em certa medida, a assertiva de Marx, no 18 Brumário de Luís Bonaparte, de que o curso dos acontecimentos muitas vezes é determinado por fatores objetivos e foge à vontade dos atores presentes na cena política, cabe na apreciação de um fenômeno recorrente em eleições majoritárias no Brasil: a polarização entre candidaturas que representam projetos opostos.
Tempo de eleições gerais, oportunidade impar para elevar o nível do debate acerca dos rumos do País. Por enquanto, nesse quesito, observam-se tão somente escaramuças entre os contendores principais – na verdade, entre as duas candidaturas oposicionistas, de um lado, e a presidenta Dilma do outro. Nada de verdadeiramente substancial vem à tona. Mesmo quando se aborda o desempenho da economia, tema contaminado por artifícios midiáticos e pela distorção dos fatos.
O tema é recorrente e vem à tona em debates e entrevistas acerca do cinquentenário do golpe militar de 1964. Sempre há alguém indagando sobre a experiência dos jovens resistentes à ditadura, comparando-a com o perfil de líderes e ativistas estudantis de hoje – numa tendência a mistificar a geração de 88 e subestimar a rebeldia e o desprendimento que movem os atuais combatentes.
No âmbito dos partidos políticos, tudo ou quase tudo agora gira em torno das eleições gerais de outubro. Cada um encara a empreitada a seu modo, tendo como objeto de desejo o voto. Com o PCdoB isto também ocorre, tamanha a importância do pleito no atual estágio da luta política no Brasil.
À semelhança dos bons poetas, que são capazes de perceber o significado universal do simples desabrochar de uma flor, o militante há que compreender o valor estratégico de certas formas de organização – às vezes aparentemente burocráticas ou rotineiras.
Mais mulheres na luta política – por um Brasil soberano, democrático, socialmente justo. Eis a essência do manifesto aprovado no 3° Congresso Estadual da União Brasileira de Mulheres, realizado no Recife, sábado último.
Arregimentando forças para o embate eleitoral de outubro, na atual fase de pré-campanha, sob inspiração das diretrizes do 8° Encontro Nacional sobre Questões de Partido, os Comitês Municipais do PCdoB mapeiam a base militante, avaliam o grau em que as Organizações de Base estão constituídas e em funcionamento, no intuito de potencializar a conquista do voto de maneira planejada.
Qual o fio da meada? A pergunta cabe diante do conjunto das diretrizes adotadas no 8° Encontro Nacional sobre Questões de Partido, realizado pelo PCdoB, recentemente, em Brasília. A resposta é a conquista do voto – condição de êxito na batalha eleitoral de outubro, principal evento da luta política este ano.
Cá em plagas nordestinas, costumamos dizer (e viver) que o ano começa quando termina o carnaval. A pleno vapor, como se a folia nos purificasse, afastando dúvidas, inibições e receios; e alargando o horizonte das novas batalhas a travar.
Outro dia li que uma engenhoca eletrônica permitia sessões de psicanálise à distância, via internet. Pelo skipe. Analista e paciente dispensam o contato pessoal, direto, olhos nos olhos. Se dá certo, tenho cá minhas dúvidas – emoções via internet não é a mesma coisa. Isso acontece nos EUA, onde se pensa que a tecnologia tudo resolve. Inclusive as dores da alma.
Desde os tempos de criança aprendi a ver a quarta-feira de cinzas como algo solene, religioso e até mórbido. “A missa de cinzas é para tirar os pecados do carnaval”, dizia a avó Neném, contrita e ameaçadora. E aos meninos da casa aquilo naturalmente parecia estranho. Afinal, que pecados teríamos cometido levados ao corso pelo próprio pai, folião entusiasta?