Faça o teste. Vá ali ao boteco da esquina, onde se conversa sobre futebol e amenidades várias, e tente puxar uma discussão sobre a redução da taxa básica de juros como fator de superação dos condicionantes macroeconômicos herdados da era FHC e de geração de um ambiente favorável aos investimentos produtivos no País. Ninguém vai topar a parada e ainda haverá quem o acuse de pedante ou de falar grego.
Aberta a temporada de especulações sobre o pleito de 2014, tudo é legítimo e nada estranho – afinal, democracia tem de tudo e todos são livres para sonhar. Mas ninguém, por mais confiante e afoito que seja, pode desdenhar da definição exata do espaço que pretende ocupar no espectro político. É como um quebra-cabeça: cada peça tem que se encaixar onde cabe.
Se fôssemos julgar pelo que se veicula nos noticiários, o Brasil não teria governo – ou, dito de outra forma, o governo da presidenta Dilma estaria na lona, sob o efeito de golpes fulminantes dos adversários. Mas a realidade é outra, como atestam pesquisas de opinião que continuam conferindo à presidenta e à sua gestão índices de popularidade avantajados.
Parece-me uma obviedade dizer que o próximo dia 8, quando se comemora em todo o mundo o Dia Internacional da Mulher, assinala inúmeras conquistas e também renovação da luta pela igualdade de gênero. Idem registrar que essa luta, de caráter político, ideológico e cultural, se projeta em longo curso e tem caráter estratégico e decisivo no processo civilizatório das nações. Obviedades que nunca é demais reafirmar.
Improvisação é com a gente mesmo. Sempre ouvi falar que estudiosos de diversos saberes atestam que o brasileiro é o ser mais criativo da face da Terra. Daí o valor de nossa mão de obra qualificada em outros países. Também a capacidade dos nossos operários manusearem equipamentos importados, de ponta, dando solução eficaz, inclusive, em caso de pane.
Fez parte do receituário neoliberal, sobretudo na chamada era FHC, a subestimação do planejamento como instrumento de gestão pública. De cima a baixo, do governo federal aos estaduais e municipais, desmontaram-se os organismos de planejamento, delegando-se à iniciativa privada (empresas de consultoria e afins) o trabalho de formatar projetos – estes, em geral, de natureza pontual, sem uma visão estratégica de futuro
O mineiro Martim Francisco, técnico nos anos 40-60, notabilizou-se por introduzir o esquema tático 4-2-4, no Vasco da Gama, em 1956, conforme reza a lenda futebolística verde-amarela. Para protesto de alguns, que atribuem o feito ao paraguaio Fleitas Solich, então treinador do Flamengo. Pouco importa, pois a lembrança do mineiro de Ouro Preto vem ao caso apenas porque, num olhar breve sobre a cobertura do carnaval na TV, me veio à mente uma ocorrência do início dos anos 70, em Maceió.
Todo carnaval é assim: tenho que responder se vou permanecer no Recife e em Olinda, sob as ordens de Momo, no compasso eletrizante do frevo ou do batuque sedutor do maracatu, e se não for, por que não, se gosto ou não gosto e por aí vai.
O conflito a que me refiro é entre partidos integrantes da base de apoio da presidenta Dilma. Especialmente entre o PSB e o PT e/ou o PMDB. Seja em torno da cabeça de chapa na próxima eleição presidencial, seja na ocupação da vice.
Dias atrás tive a satisfação e a honra de substituir o prefeito Geraldo Julio na cerimônia que homenageia, anualmente, o frade Joaquim do Amor Divino Rabelo, o Frei Caneca – seguramente um dos revolucionários mais importantes na construção da nacionalidade.
Constituída uma frente partidária, todos se tornam a mesma coisa e reina um pensamento único. Certo ou errado? Erradíssimo! Tanto no curso da peleja eleitoral, como no exercício do governo.
Quantas vezes já não se disse em relação a este ou àquele governo que é fraco porque não tem uma boa comunicação? Em geral, a sentença se refere a um desempenho supostamente deficiente da assessoria de imprensa ou da propaganda institucional. Pode até ser, em algum caso. Mas o “x” da questão não está aí, e sim nos gestos de governo. Em outras palavras, como o governo fala.