Refiro-me a campanha de candidato proporcional – ou seja, no pleito atual, a deputado estadual e federal. E, obviamente, excluo postulantes que optam por comprar a preços inconfessáveis votos que lhe darão o mandato. Falo de candidatos de raízes e compromissos populares.
É sempre oportuna a releitura da História – sobretudo quando nos deparamos com um novo ciclo de mudanças, como ocorre no Brasil de hoje. Pois a cada fase da trajetória de um país e de um povo é possível, e necessário, olhares renovados sobre o que se passou com o fito de melhor discernir, no presente, o futuro que desejamos.
Foi em 1954, bairro da Lagoa Seca, Natal, RN, a minha primeira Copa do Mundo. Quase nada entendia de futebol. Mas aquela movimentação toda despertou no garoto de apenas oito anos sentimentos nunca antes experimentados.
Ensina a experiência que o ponto de partida de uma candidatura a cargo majoritário é estar bem situada politicamente. O que se traduz, via de regra, no slogan escolhido.
Tal como a evolução da sociedade, em espiral como explicou Marx, há temas recorrentes no debate acerca dos rumos do desenvolvimento do país. Passam as décadas e lá estamos novamente enfrentando a mesma polêmica, agora conjunturalmente atualizada. O papel do Estado nacional num projeto próprio de desenvolvimento do país, por exemplo.
Os dados são de pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), mas certamente refletem a realidade de todo o país. “Quase metade dos médicos receita o que a fábrica indica. Quatro em cada cinco médicos recebem visita de fabricantes; desses, 48% indicam remédios sugeridos pela indústria”- assinala a manchete e o lead de extensa reportagem publicada pela Folha de S. Paulo sobre o assunto.
Sempre é tempo – para amar, para retornar aos bancos escolares, para corrigir erros e tudo o que se possa imaginar e viver na vida. Nossa relação com a variável tempo é quase um fetiche.
Dias atrás, manuseando recortes de jornal, encontro em artigo na Folha de S. Paulo, essa pérola de acomodamento ao status quo em matéria de legislação eleitoral e partidária: “As elites empresariais só deveriam financiar e apoiar candidatos com ficha limpa. Elas precisam compatibilizar discurso e prática.”
Parece que agora a novela chegará ao capítulo final: o senador Jarbas Vasconcelos, ao que tudo indica anunciará nesta quinta-feira sua candidatura a governador de Pernambuco. Para as forças oposicionistas, menos mal, pois “agora tem jogo” – para usar a expressão de um pré-candidato a deputado federal pelo Democratas.
O mote é a decisão da direção nacional do PSB, que anteontem retirou a pré-candidatura do deputado Ciro Gomes à presidência da República. Mas não é sobre as razões estritamente partidárias, digamos assim, a que me refiro. Afinal, integrante de outra corrente política, não cabe a esse modesto escriba imiscuir-se em assuntos internos da agremiação aliada. Cada macaco em seu galho.