George “War” Bush e o Brasil

A partir do dia 8 de março, o presidente dos EUA, George “War” Bush, o senhor da guerra, estará visitando o Brasil por dois dias. Em pauta, um razoável rol contencioso de desacordos que remontam à paralisação do acordo da Alca, em 2004, e a reação americana tentando avançar em acordos bilaterais com vários países latino-americanos, na clara ambição de liquidar com o Mercosul. Soma-se a esta questão crucial para a integração latino-americana o fracasso da chamada Rodada de Doha de liberalização do comércio mundial, que também foi paralisada por causa da resistência dos EUA.



Uma série de outras pendências comerciais perduram, como a disputa contra subsídios aos produtores de algodão, que o Brasil ganhou na OMC, mas que os EUA ainda não implementaram. Ou o fato de que o suco de laranja brasileiro enfrenta nos EUA altas tarifas que chegam a um patamar absurdo de 60%. O Brasil é o principal fornecedor de álcool para o mercado norte-americano, mas mesmo assim paga tarifa de US$ 0,14 por galão para entrar, além de ter que arcar com 2,5% sobre o valor de venda. Em 2006, os EUA impediram a venda de aviões da Embraer à Venezuela, sob o argumento de que os aparelhos contêm tecnologia americana. Cerca de 80 produtos do Brasil enfrentam algum tipo de proteção no mercado dos EUA.



Neste ambiente hostil – e com a consciência de que o governo brasileiro é contra a invasão do Iraque – o atual presidente americano ensaia um discurso que soa falso aos que acompanham diariamente o esforço guerreiro e imperialista dos EUA no mundo inteiro. Em discurso pronunciado segunda feira em Washington, na Câmara de Comércio Hispano-Americana, Bush declarou que os laços entre os EUA e a América-Latina “têm ajudado a promover a paz e a prosperidade no Hemisfério Ocidental”. Outra falácia é uma suposta “parceria estratégica” entre o Brasil e os EUA que abarcaria não apenas o anunciado acordo bilateral para promover o etanol, na esfera da questão energética, como também “a convergência de interesses dos dois países mais populosos do Hemisfério Ocidental”.



Em artigo publicado ano passado pela revista norte-americana Foreign Affairs, o articulista perguntava se o governo americano havia esquecido a América Latina. O fato é que Bush e o Departamento de Estado dos EUA se preocupam cada vez mais com o crescimento do movimento progressista na região, com o avanço político registrado numa seqüência de eleições recentes e a implementação de políticas soberanas nos governos do Brasil, Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina e Uruguai, entre outros.



A agenda de política externa do Brasil é em quase todos os assuntos antagônica à agenda externa do imperialismo norte-americano. Na mesma medida em que se afirmar o projeto nacional brasileiro, mais este se antagonizará com os interesses do imperialismo norte-americano, ávido em manter a América Latina sob tutela. Assim, não há nenhuma possibilidade de “parcerias estratégicas” com o império do norte. O recado que o povo brasileiro levará às ruas em muitas cidades pelo país inteiro, nestes dias 8 e 9 de março, será o do repúdio contundente à arrogância imperial de George “War” Bush, contra o imperialismo e pela paz mundial.



Este portal Vermelho dá a sua contribuição na tarefa de desvendar as múltiplas facetas deste que é considerado hoje o dirigente político mais odiado pelos povos do planeta Terra. Estará presente na cobertura jornalística desta viagem de Bush pela América-Latina, que além do Brasil incluirá o Uruguai, a Colômbia, a Guatemala e o México. E está publicando uma série de artigos especiais, assinados pelo colunista Altamiro Borges, sob os títulos: George Bush, o chefão do terrorismo internacional; As mentiras do terrorista George W. Bush; George W. Bush: uma fraude no poder; Os negócios ilícitos da dinastia Bush; George Bush e o fanatismo religioso; George Bush, o “grande ditador”; Bush e a conspiração das “torres gêmeas”; As derrotas e o isolamento de George Bush.