“Nunca uma CPI teve essa visibilidade e repercussão turbinada pelas redes sociais”, diz Mário Scheffer
Com liminar favorável concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kássio Nunes na véspera do depoimento para não comparecer ou responder perguntas, o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel decidiu falar na CPI da Covid nesta quarta-feira (16). A informação é do vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que é um dos autores do requerimento de convocação do ex-governador. Witzel deve falar aos senadores a respeito das acusações que lhe foram feitas sobre desvio de recursos da área de saúde no Estado. Em setembro do ano passado, ele sofreu impeachment, com a Assembleia Legislativa do Estado registrando 69 votos a favor do afastamento e nenhum contrário
O ministro Kássio Nunes Marques decidiu na véspera do depoimento que deixou Witzel livre para comparecer ou para responder as perguntas feitas pelos senadores. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), porém, afirmou que o ex-governador estará presente na comissão nesta quarta-feira (16)
O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo depõe nesta terça-feira (15) na CPI da Covid. A expectativa é que ele confirme a omissão do governo Bolsonaro e do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na crise pela falta de oxigênio nos hospitais e o colapso no sistema de saúde do Estado. Os senadores receberam documento comprovando que o governo soube da demanda por respiradores no Amazonas um mês antes da tragédia.
De acordo com reportagem do Valor Econômico desta segunda-feira (14), a CPI da Covid entrou na fase de seguir o dinheiro para investigar, principalmente, as negociações na compra da vacina indiana Covaxin e no “lobby” que favoreceu produtores de cloroquina
Marcellus Campêlo, ex-secretário de Saúde do Amazonas, poderá confirmar no depoimento desta terça-feira (15), na CPI da Covid, a omissão de Pazuello e do governo Bolsonaro sobre a falta de oxigênio e a crise com a segunda onda vivida pelo Estado
Além de Pazuello, o ex-ministro Ernesto Araújo e Mayra Pinheiro pediram suspensão das quebras de sigilo. A quebra de cerca de 20 pessoas foi aprovada pelos senadores na última quinta (10).
Em vez de amenizar o discurso feito sobre a recomendação pessoal de remédio que não tem eficácia alguma comprovada pela ciência, Bolsonaro se desespera e faz discurso apelativo em tom de defesa diante da CPI que responsabiliza seu governo.
Segundo pessoas próximas ao presidente, ele estaria com medo de a CPI “ferrar” o governo.
A advertência do especialista vai de encontro a fala do presidente Bolsonaro que acionou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para emitir um “parecer” a fim de liberar o equipamento de proteção aos que já foram vacinados ou que contraíram a doença
“O negacionismo está na Presidência da República e no Ministério da Saúde. Não se trata de ignorância inocente. É mentir em nome de uma agenda política e ideológica. E o negacionismo mata”, disse a microbiologista
Os cientistas Natalia Pasternak e Claudio Maierovitch vão defender nesta sexta-feira (11), na CPI da Covid, ações de enfrentamento da pandemia com base em evidências científicas, como o uso de máscaras, imunização e adoção do distanciamento social. Os depoimentos deles coincidem com a fala de Bolsonaro anunciando medidas contra o uso de máscara. Pasternak é formada em ciências biológicas pelo Instituto de Biociências com pós-doutorado em microbiologia pela USP. Ex-presidente da Anvisa, Maierovitch é médico sanitarista, especialista em políticas públicas e gestão governamental e mestre em medicina preventiva e social.