Na manhã desta quarta (23), uma reunião na Câmara dos Deputados marcou a criação do Comitê Pró-Democracia. Um grupo formado por representantes de movimentos sociais, partidos políticos, servidores públicos e entidades diversas que defendem o respeito à democracia e se posicionam contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff por entender que não há fundamento legal que o justifique.
Por Ana Cristina Santos*
O país inteiro está unido contra a tentativa de golpe que ameaça a nação. A paulista Luíza Helena participou da manifestação na última sexta-feira (18) na Avenida Paulista e conta que está preocupada com o contexto político. “Eu fui presa, meu filho, meu primo, minha mãe também foram presos, todos sofreram com a ditadura, até hoje eu não posso ouvir um grito de dor que eu perco completamente a razão. Eu não quero viver mais isso, por isso resistiremos na luta pela democracia!”, desabafa.
O ato público em defesa da Democracia, organizado pela Frente Brasil Popular, de Campinas e região, reuniu mais de 2.000 pessoas no largo da Catedral Metropolitana, centro de Campinas. Na noite de terça-feira (22/03), populares, movimento social, entidades sindicais e partidos políticos uniram-se em defesa do Estado Democrático de Direito, repetindo diversas vezes a palavra de ordem: Não vai ter golpe!
Em ato público na Universidade Federal do Paraná (UFPR), juristas lançaram nesta terça (22) documento intitulado "Carta de Curitiba", em que reiteram a defesa de preceitos básicos garantidos na Constituição, e criticam o que chamam de excessos cometidos pelo juiz Sérgio Moro, que leciona na universidade.
O movimento em defesa da legalidade está ganhando cada vez mais adeptos em todo o país e os estudantes seguem no mesmo caminho. Nas universidades, vários comitês estão sendo formados e atividades realizadas em defesa da democracia e contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Os servidores públicos do Poder Judiciário e do Ministério Público da União, manifestaram, por meio de nota, suas apreensões diante do cenário de crise política e institucional instalado no Brasil. Em nota, eles repudiaram, veementemente, "ações conspiratórias e desestabilizadora contra a liberdade e democracia, travestidos ou não de atos jurídicos ou acobertadas pelo manto da credibilidadede".
Judiciário e mídia ferem a democracia. A Lava Jato não é comparável a Mãos Limpas. Na raiz da crise, ilusão grosseira do PT. Guerra não está perdida, mas é preciso mudar já.
Por Boaventura de Sousa Santos*, no blog Outras Palavras
A deputada estadual do PCdoB de Goiás se pronuncia na Assembleia Legislativa de Goiás para defender a democracia
A professora Silvia Borelli, do Departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, (PUC-SP), narrou os momentos de pânico vividos por centenas de estudantes na noite desta segunda-feira (21), quando foram tratados com truculência pela polícia, por se posicionarem, de forma democrática, contrários a outro ato que ocorria a favor do impeachment de Dilma Rousseff.
Intelectuais e profissionais ligados à produção de livros – entre eles Antônio Cândido, Chico Buarque e Slavoj Zizek – lançaram nesta segunda-feira (21) um abaixo-assinado em defesa do “exercício pleno da democracia no país”. Intitulado “Manifesto do Livro”, o texto já conta com mais de 1.200 assinaturas de escritores, editores, diagramadores, designers e outros profissionais da área.
Um grupo de professores da Universidade de São Paulo (USP), lançaram uma nota nesta sexta-feira (18), analisando o momento político no país. Segundo os docentes, é necessário criticar a política do governo, mas, tal situação não abre precedentes para o contexto atual de arbitrariedades jurídicas e ao estado de exceção.
Professor Guilherme Mello, do Instituto de Economia da Unicamp, diz que empresas e mercado, pelo financiamento de campanha e especulações, têm peso decisivo na vida política dos países