O clima nos bastidores da Câmara dos Deputados continua fervendo. As atenções agora estão em torno do processo de cassação do mandato do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em andamento no Conselho de Ética.
No dia 2 de dezembro de 2015, o Conselho de Ética da Câmara dos deputados aprovou por 11 votos a 9 o parecer pela continuidade do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Naquela data os jornais já apontavam a chantagem de Cunha contra a presidenta Dilma Rousseff e diziam que o presidente da Câmara ameaça retalhar com a abertura do processo de impeachment.
Ao assegurar a aprovação do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o deputado Eduardo Cunha consolidou-se como o Sílvio Berlusconi do atual momento político brasileiro. Não se pode cogitar por um único minuto a hipótese de encerramento de um mandato obtido nas urnas sem os votos que Eduardo Cunha organizou e garantiu na noite de ontem.
Por Paulo Moreira Leite*
A atriz e repórter brasileira, Monica Iozzi, usou seu perfil oficial no Facebook para denunciar o processo de impeachment conduzido pelo presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, réu do Supremo Tribunal Federal. “Notem a cara tranquila de quem sabe que é um marginal e ainda assim pode se tornar vice-presidente do país”.
Presente na vigília pela democracia em Goiânia, o presidente da CUT Goiás, Mauro Rubens, disse que as manifestações populares devem crescer a partir de amanhã (18), independentemente do resultado da votação do processo de impeachment em curso na Câmara dos Deputados. "O povo que está na rua vai continuar. Tomou gosto e está entendendo. O processo de mobilização cresce nesta nova fase, seja qual for o resultado", diz em entrevista para a Rádio Brasil Atual.
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em 16 de março de 2015, Eduardo Cunha afirmou: “Eu não posso querer dar curso (no impeachment) para resolver uma crise política. Achar que a gente vai virar uma republiqueta e vai arrancar o presidente fora que foi legitimamente eleito. Nós não concordamos”, declarou Cunha.
O presidente da Câmara e seus milhões não declarados estarão na foto histórica do impeachment e até o Supremo terá desconforto ao vê-la.
Por Flávia Marreiro
Em meados de junho e julho de 2011, o pai do empresário Raul Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, e um executivo da empresa reuniram-se com Léo Pinheiro, da OAS, e Benedicto Junior, da Odebrecht, no Hotel Sofitel, em Copacabana. Naquele dia, definiram detalhes de como iriam repassar a propina de R$ 52 milhões – o estimado de 1,5% do total da aquisição dos Cepac's, pelo Fundo de Investimento do FGTS – a Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A operação de guerra para forçar a aprovação do impeachment da presidenta Dilma já está montada. O correntista suíço Eduardo Cunha, que ainda preside a Câmara Federal, usou todos os expedientes para apressar e manobrar a votação. Já a bilionária famiglia Marinho, dona da Rede Globo e acusada de sonegação de impostos e de outros crimes, montou um verdadeiro show para o próximo domingo (17).
Por Altamiro Borges
“Ter o Cunha na presidência dessa sessão é uma violência à democracia brasileira e um verdadeiro atentado à ordem institucional do nosso país.” Foi como se manifestou o líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), ao sair da reunião do Colégio de Líderes, nesta terça-feira (12), que discutiu o rito de votação do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
“Inadmissível, pois atentatória contra segurança jurídica e outros institutos e princípios constitucionais”, reagiu a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) à determinação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de proibir o acesso de médicos e demais profissionais de saúde à Comissão Geral para debater, no Legislativo, questões relativas ao combate ao vírus Zika, à dengue e à febre Chikungunya.
O líder do Psol na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), nos debates da comissão especial que analisa o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, criticou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “É um escândalo internacional que alguém, com a somatória de acusações como ele, conte com anuência dos parlamentares para se manter àfrente desse processo”, afirmou.