Em relativo isolamento, autoridades do governo interino do Egito vêm expressando críticas contra os Estados Unidos pela redução do apoio militar histórico (financeiro e bélico) prestado ao país africano. O ministro de Relações Exteriores do governo interino do Egito, Nabil Fahmy expressou arrependimento, nesta quinta (17), pela dependência completa do seu país em relação à assistência estadunidense, garantida anualmente através dos Acordos de Camp David, de 1979.
O portal iraniano HispanTV publicou um artigo do jornalista e cientista político Raul Gudarzi, nesta semana, sobre o atual contexto no Egito, o papel do Exército e o da Irmandade Muçulmana no país, sobretudo após a destituição do presidente Mohammed Mursi, em julho. Gudarzi vive em Teerã, capital persa, e escreve regularmente para a HispanTV, alinhada com as orientações da Revolução Islâmica (1979), no Irã, que derrubou um regime monárquico aliado aos EUA. Leia a íntegra do artigo.
Os partidos islamistas egípcios convocaram para esta segunda-feira (14) a marcha de um milhão, segundo dia de Eid El Adha, para orar por este país, dividido em dois campos rivais e sacudido por estremecimentos políticos.
É importante que os analistas sejam absolutamente precisos em suas deliberações e dados se querem reter alguma credibilidade. Da mesma forma, é importante para a análise em si não serem feitas para favorecer um grupo ou o outro. Digo isto porque minha análise sugere que Israel pode explorar o estado de confusão na região e invadir a Península do Sinai [egípcia] para anexar o território que já ocupou. Isso pode perturbar alguns, mas precisa ser dito.
Por Abdul Hamid Omran*, no Middle East Monitor
Desde que o presidente do Egito, Mohammed Mursi, foi deposto pelo Exército em 3 de julho, os Estados Unidos têm estado em uma posição desconfortável. Um instrumento automático do Congresso suspende ajuda militar no evento de um evento como este. Os EUA apoiam o Exército egípcio em 1,3 bilhões de dólares por ano, e até agora tem evitado usar o termo “golpe de Estado” para descrever a deposição de Mursi, e por isso a assistência havia sido mantida.
Acusado de envolvimento na morte de manifestantes em 2012, o presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi, será levado a julgamento a partir de 4 de novembro. Mursi e mais 14 pessoas são acusadas de responsabilidade na morte de 57 pessoas, além das ações policiais que provocaram 379 feridos e várias detenções.
O governo chinês expressou preocupação nesta terça-feira (8) pela situação no Egito e exortou ao diálogo entre as partes em conflito para evitar mais vítimas, depois de confrontos que provocaram 54 mortos e uns 370 feridos, segundo cifras divulgadas no Cairo.
O Egito foi suspenso da União Interparlamentar, organização internacional de parlamentos que busca promover o diálogo e assegurar a paz e cooperação entre os povos e suas democracias representativas. Em sua 129ª Assembleia, em Genebra (Suíça), a Somália e o Butão foram incorporados, mas devido à atual situação do governo egípcio, o país foi suspenso, de acordo com uma matéria publicada nesta terça-feira (8) pelo portal Middle East Monitor.
O ex-diretor da Divisão de Inteligência do Exército de Israel, general Amos Yadlin, revelou que os seus agentes infiltraram-se em diversos países árabes, principalmente no Egito. Yadlin também mencionou operações na Tunísia, no Marrocos, Iraque, Sudão, Iêmen, Líbano, Irã, Líbia, Palestina e Síria, onde ainda há agentes ativos. O ex-diretor da inteligência deu declarações ao Canal Sete israelense, citado pelo portal Middle East Monitor, nesta quinta-feira (3).
A alta representante da União Europeia (UE) para as Relações Exteriores e Política de Segurança, Catherine Ashton, que está de visita ao Egito, reuniu-se nesta quarta-feira (2) com o ministro das Relações Exteriores egípcio, Nabil Fahmi, e os representantes de diversos grupos do país. As conversas não focaram na situação política do país, segundo a chancelaria do país africano.
Uma corte do Cairo (capital egípcia) emitiu ordem, nesta segunda-feira (23), que proíbe todas as atividades da Irmandade Muçulmana no Egito. A ordem prevê também o confisco de todas as propriedades da Irmandade e de qualquer instituição afiliada ao grupo transnacional. A medida é implementada quase três meses depois da destituição do presidente Mohammed Mursi (cujo Partido Liberdade e Justiça é filiado à Irmandade) pelo Exército egípcio, e no contexto da detenção de vários líderes do grupo.
O governo da Faixa de Gaza declarou, nesta quarta-feira (18), que sofre de uma escassez severa de alimentos, remédios e combustível. O governo interino do Egito intensificou as operações de destruição dos túneis entre a Faixa de Gaza e a península do Sinai egípcia, alegando “lutar contra o terrorismo”, repetindo o argumento de Israel, em suas próprias operações. Os túneis são usados para a importação de suprimentos básicos ao território palestino sitiado, e as condições humanitárias agravam-se.