Nos últimos dois dias – quarta e quinta-feira (14 e 15), aproximadamente 400 mulheres que participaram do seminário Mulheres no Poder: Diálogos sobre Empoderamento Político, Econômico e Social e Enfrentamento à Violência, realizado no Senado, trocaram informações sobre experiências desenvolvidas em diversos países no combate ao feminicídio. A necessidade de ampliação da representação feminisna nas instâncias de poder também foi tema de debate.
O combate à violência contra a mulher é uma luta diária no Brasil. No Ceará, o número de denúncias cresce a cada ano e, para dar o devido suporte e atendimento às mulheres, o Estado vem fortalecendo sua rede de enfrentamento a esse tipo de violência. O resultado desse esforço foi a resolução de um caso de feminicídio em sete meses, tempo recorde no Estado.
O feminicidio constitui atualmente um problema grave na Itália, onde uma mulher é assassinada a cada 72 horas.
Centenas de mulheres são assassinadas na América Latina e no Caribe pelo simples fato de serem mulheres. O feminicídio tem aumentado na região e nos últimos anos o mais grave é que a maioria dos casos fica impune.
A sindicalista Maria das Graças da Silva, conhecida como Ciete, morreu na noite do último domingo (13). A presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Guaiúba (SINDIÚBA) e Conselheira do Conselho da Mulher era filiada ao PCdoB. Militante atuante da luta contra a violência contra a mulher, Ciete é mais uma vítima de uma estatística assustadora que interrompe usando as armas do machismo, diariamente, vidas de mulheres.
“Diante de uma das portas da cidade de Granada, o verdugo deu voltas no torniquete até que o colar de ferro quebrou o pescoço de Mariana Pineda. Mariana não era inocente. Por bordar uma bandeira, por não delatar seus conspiradores da liberdade e por negar o favor de seus amores ao juiz que a condenou. Mariana teve vida breve. Gostava das ideias proibidas, dos homens proibidos, das mantilhas negras, de chocolate e de canções suaves”. (Eduardo Galeano)
Por Mariana Serafini
Advogada da família da professora que foi brutalmente assassinada a facadas fala da importância de se discutir o feminicídio.
Um crime brutal chocou a Argentina esta semana. Lucía tinha 16 anos, foi estuprada e, segundo o laudo médico, morreu devido à “dor excessiva” ao ser empalada. Lucia morreu de dor em Mar del Plata no mesmo domingo (8) que milhares de mulheres ocupavam as ruas de Santa Fé para gritar contra a violência de gênero. Nesta quarta-feira (19), as argentinas prometem parar o país durante uma hora – entre 14h e 15h do horário de Brasília – para exigir o fim da violência de gênero.
Por Mariana Serafini
O Ministério Público ofereceu denúncia por um crime de feminicídio de uma transexual. Michele foi morta a facadas por Luiz Henrique Marcondes dos Santos, seu parceiro na época, em São Paulo, em fevereiro deste ano. A denúncia é pioneira, pois essa é a primeira vez que uma transexual é considerada vítima de feminicídio em uma ação.
Diversos protestos ocorreram em várias capitais nesta quarta-feira (1º), para dizer não à cultura do estupro, que faz uma nova vítima a cada 11 minutos no Brasil. Cerca de 16 estados realizaram atos com o tema “Por Todas Elas” em mais de 50 cidades. As manifestações também reivindicam a imediata saída do presidente interino, Michel Temer, da Presidência da República.
Não precisa inventar a roda Dr. Michel. Desde 2007 existe um Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, onde foram propostas medidas, saídas de conferências que envolveram milhares de brasileiras e que estão em construção desde então.
Por Jô Moraes*
O Portal Catarinas é gestado para ser um canal de convergência a quem se interessa pelo tema, além de atuar como um observatório de mídia para as questões de gênero, monitorando as informações difundidas pelos veículos de comunicação catarinenses e a produção de ideias sobre as mulheres, a perspectiva de gênero e o feminismo, promovendo campanhas educativas e culturais relativas.