Nesta terça-feira (14), iniciou-se o primeiro dia do Fórum Social, organizado pelo movimento Paraguai Resiste. A manifestação contará com a presença de participantes estrangeiros e entre as ações planejadas está a realização de marchas de protesto contra o governo golpista, que destituiu o presidente Fernando Lugo, em junho.
O Grupo de Alto Nível da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) prepara para esta terça-feira (14) a emissão de um comunicado sobre a crise instaurada no Paraguai após a destituição do então presidente Fernando Lugo do poder, em 22 de junho. Representantes dos 11 países (a exceção é o Paraguai) analisaram documentos sobre a situação política no território paraguaio e apresentarão uma avaliação sobre o assunto.
"O governo paraguaio está totalmente impossibilitado de cumprir as ameaças feitas ao Brasil de redução das vendas de energia proveniente da binacional hidroelétrica de Itaipu", afirmou o secretário geral da Frente Guasú e parlamentar do Mercosul, Ricardo Canese.
Federico Franco anunciou que prepara uma lei para ser encaminhada ao Congresso para não ceder mais energia para Brasil e Argentina. A ele falta um ano. Aos congressistas menos (pois em 30 de junho terminam seus mandatos). Se o que Franco anuncia é para é para levá-lo a cabo em um ano, é de realização impossível, uma verdadeira “burrada”. Se pretende projetar-se por mais tempo do que dispõe, é uma ingenuidade.
Por Ricardo Canese*, especial para o Vermelho
Repressão aos meios de comunicação, perseguições políticas, represálias nas mobilizações populares. Ainda são muitas as consequencias do Golpe de Estado aplicado contra o presidente Fernando Lugo, eleito legitimamente pelo povo e deposto de seu cargo, através de uma manobra de oposição em junho passado. Movimentos resistem e realizarão nos dias 14 e 15 de agosto, em Assunção, capital paraguaia, o Fórum Social Paraguai Resiste para propor encaminhamentos que garantam a democracia no país.
Um fórum especial convocado nesta terça-feira (7) pela organização “Paraguay Resiste”, com a presença de algumas personalidades latino-americanas, coordenará ações de resistência ao golpe parlamentar que destituiu o presidente Fernando Lugo em junho deste ano.
O isolado governo paraguaio, cada vez mais sancionado nas instâncias regionais pela destituição do presidente Fernando Lugo, quer agora buscar alguma presença internacional na Assembleia Geral da ONU.
“As crises também são uma oportunidade para repensar o caminho, e a atual crise paraguaia abre a possibilidade de uma ampla mobilização social pela restituição da democracia mais social e participativa”, diz o sociólogo Jesús Machado, em entrevista ao Instituto Humanitas Unisinos (IHU OnLine).
“No Paraguai agora se fala muito em soberania, mas não dizemos que a constituição foi violentada pela destituição imediata do presidente”, contrapõe. “Para mim, isso está em primeiro lugar. Os tratados internacionais vêm depois.” A frase foi proferida pelo ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo, durante visita ao Brasil.
O presidente destituído do Paraguai, Fernando Lugo, revelou, nesta quinta (2), que pensava em afastar-se da política institucional ao fim do seu mandato, em 2013. Mas o processo relâmpago de impeachment, que apressou sua saída do governo, no entanto, mudou seus planos – deverá candidatar-se ao Senado. E tomou para si o papel de articulador político da esquerda paraguaia. Segundo ele, as forças progressistas do país nunca estiveram tão unidas.
Nesta quinta-feira (2) o dirigente camponês paraguaio, Federico Ayala, advertiu que milhões de trabalhadores sem-terra acampados em Ñacunday, comunicaram o esgotamento de sua paciência diante do não cumprimento governamental da prometida entrega de lotes.
A situação política no Paraguai deve ser tema esta semana de uma reunião extraordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA). O representante do Paraguai na OEA, embaixador Hugo Saguier, evitou opinar sobre o que ocorrerá no encontro. De acordo com ele, as discussões foram adiadas do último dia 22 para esta semana.