O tema do debate era "Constituição em tempos de crise", e um dos fios condutores foi o avanço do poder econômico em relação ao campo jurídico. Para a professora Leda Paulani, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), a Carta de 1988 esteve sob ataque liberal desde que surgiu, e essa ofensiva tornou-se mais aguda após o golpe.
Em artigo publicado no Jornal GGN, o professor Aldo Fornazieri, da Escola de Sociologia e Política, fez uma análise da conjuntura política, das questões que envolvem o processo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato e a atuação do campo progressita e de esquerda nos rumos do país.
O Brasil, que em 2009, no auge do governo Lula, era um dois países mais admirados do mundo, hoje é um dos mais desprezados, depois do golpe parlamentar liderado por Eduardo Cunha, que colocou Michel Temer no poder.
Após o resultado da ampla maioria de aprovação de Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Senado, na manhã desta quarta-feira (22), a oposição denunciou que a escolha de Michel Temer é um movimento do presidente para “estancar a sangria”.
Cada vez mais vai ficando claro a importância da luta de ideias no combate ao golpe e na construção de um novo projeto para o país. Tanto assim que a chamada guerra ideológica ou cultural foi uma arma decisiva na derrubada do governo Dilma e na campanha desencadeada contra o ex-presidente Lula e o PT.
Por Aldo Arantes*
Creio que a lembrança ainda está viva na memória das pessoas. No dia 13 de junho de 2013, em pleno calor das manifestações de rua, que naquele momento ainda tinham por pauta o tema da mobilidade urbana e de outros modelos de cidade e de usos do espaço público – em uma palavra, o tema da cidadania –, a repórter da TV Folha Giuliana Valllone foi gravemente ferida no olho por conta de uma bala de borracha disparada pela tropa de choque da polícia militar paulista.
Por Fernando Nicolazzi, no Sul-21
Levantamento feito pela Tendências Consultoria com base na Pnad e em dados da Receita Federal – divulgados até 2015 e projeções para 2016 – prova que golpe parlamentar produziu efeitos perversos, especialmente entre a população mais pobre.
O sociólogo e pesquisador Jessé Souza rebateu, em sua página no Facebook, um artigo publicado por Celso Rocha de Barros na Folha de S. Paulo nesta semana, questionando a teoria de que a classe média, na verdade, usou a Lava Jato de pretexto para apoiar o golpe quando, na verdade, o motivo velado que a levou às ruas das principais capitais do País foi o ódio contra classes mais desfavorecidas, alimentado paulatina e discretamente pela grande mídia.
Um dos efeitos mais perversos do golpe parlamentar, destituindo com razões juridicamente questionáveis pelos juristas mais conceituados de nosso país e também do exterior, foi impor um projeto econômico-social de ajustes e de modificações legais que significam um assalto ao já combalido bem comum.
Por Leonardo Boff*
Nos últimos dois anos, a grande mídia brasileira nutriu-se dos escândalos de corrupção na política e da crise institucional entre os poderes da República. Foi um verdadeiro festival de produção de sentido baseado nos vazamentos das delações da operação Lava Jato diretamente de Curitiba para o centro nervoso das redações.
Por Mailson Ramos*
Sofremos um grande golpe na democracia e no estado de direito neste fatídico ano 2016: a destituição de uma presidenta honesta, a marteladas da imprensa fascista, do parlamento golpista e corrupto e do judiciário (STF) leniente e conivente. Mas terminamos o ano, embora com a fadiga de tanta luta e de tantas derrotas, acumulando certo alento.
Por Manoel Fonseca*
O ano de 2016 finda, finalmente, após ter dado início à interrupção dos 31 anos de redemocratização no país, o mais longo período de normalidade democrática na História da República brasileira.
Por Fátima Viana