A história apertou o passo no país e quem não entender isso será atropelado pela velocidade dos acontecimentos. Esse é um tempo em que jornais de hoje amanhecem falando de um remoto mundo de ontem; tempo em que a tergiversação colide com a transparência; tempo em que nenhum discurso faz mais sentido dissociado da tríade: ‘rua’, ‘resistência’ e ‘organização’.
Por Saul Leblon*, na Carta Maior
"O primeiro risco é o trabalhador perder ganho e renda". A afirmação é de Lourenço do Prado, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec) e coordenador do Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST), que reúne as Confederações. Ele analisou a proposta do Plano Temer de que o negociado se sobreponha ao legislado.
A presidenta Dilma Rousseff disse nesta terça (3) que recebeu pedidos para que renunciasse, mas que a “injustiça” que sofre com o processo de impeachment vai continuar visível. Ela voltou a dizer que está em curso um “golpe” no país, que é vítima de uma fraude e que não vai renunciar a seu mandato. Mais uma vez, a presidenta declarou estar “do lado certo da história”, que é a democracia.
O jurista Ricardo Lodi Ribeiro, professor de Direito Financeiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), afirmou nesta quarta (3) que os decretos de verbas suplementares editados pelo governo em 2014 não possuem o condão de afetar a meta fiscal primária estabelecida pelo Executivo. Ribeiro falou na comissão especial do Senado que analisa o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
É com uma desenvoltura de decência duvidosa que o conspirador mor Michel Temer tem se movido no cenário político para dividir o butim de um eventual governo que venha a comandar caso o golpe midiático judicial tenha sucesso.
Por José Carlos Ruy*
O jornalista e escritor Fernando Morais avaliou que o Brasil vive um golpe de estado como nunca tinha visto na sua história e que trará um prejuízo infinitamente maior para o país do que o provocado pela ditadura, porque segundo ele, é um golpe como objetivo de entregar o Brasil para o capital internacional.
O professor de direito processual penal da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Geraldo Luiz Mascarenhas Prado, fez um apelo aos senadores para que processo de impeachment não seja "um mero pretexto" para que os senadores votem contra a presidenta Dilma Rousseff. “Se isso ocorre, a ordem jurídica criada a partir da Constituição é violada”, argumentou.
Pode até ser que, guindado à Presidência da República, Temer não leve a cabo essa agenda do passado. Entretanto, isso não seria resultado de uma mudança de concepção, mas de incapacidade de implementá-la, porque sofrerá forte e implacável oposição política, social e sindical. Aguardemos, pois.
Por Marcus Verlaine*
Os tucanos mineiros não são apenas os criadores do mensalão, são craques também em pedaladas fiscais. Com farta documentação, os deputados mineiros do PT, Rogério Correia, Cristiano Silveira e Jean Freire, denunciaram nesta quinta-feira (28) que o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), escolhido para ser relator do pedido de impeachment da presidenta Dilma, cometeu crime durante seu mandato de governador de Minas Gerais.
Durante sessão da comissão especial do impeachment no Senado, na manhã desta segunda-feira (2), o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Julio Marcelo de Oliveira, admitiu, sem querer, que não há registro de utilização da Caixa Econômica Federal, no ano de 2015, por parte da presidenta Dilma Rousseff. Com isso, o procurador nega o objeto da denúncia e confirma que não houve crime de responsabilidade fiscal.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB – AM) criticou duramente a fala do presidente do Instituto Internacional de Estudos de Direito do Estado, Fábio Medina Osório, que afirmou nesta segunda-feira (2), na Comissão Especial do Impeachment do Senado que os senadores podem levar em consideração "o conjunto da obra" para votarem pelo afastamento da presidenta Dilma Rousseff.
O golpe em andamento no Brasil foi articulado e implementado pelos conglomerados de mídia e entidades patronais associados inicialmente ao PSDB, acolhido pelo judiciário e ministério público, e viabilizado pelo parlamento com uma mãozinha do TCU e da Polícia Federal. De maneira que o jornalismo, ou melhor dizendo, a sua negação, assume um protagonismo indiscutível no movimento autoritário em curso.
Por Celso Schröder*