Os prognósticos sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff ainda são incertos, mas aos trabalhadores o fundamental é saber, desde já, como conquistas e direitos serão tratados.
Por João Carlos Gonçalves (Juruna), especial para o Vermelho
É cada vez mais sólida a consciência no país e no debate público internacional sobre a natureza golpista da tentativa de derrubada da presidenta Dilma. “A justiça é como as serpentes. Só morde os pés descalços” – Eduardo Galeano, um humanista que eles jamais terão dentre um dos seus.
Por Jeferson Miola*, na Carta Maior
O sentimento que prevaleceu entre aqueles que votaram contra o golpe aprovado na noite deste domingo (17) contra a presidenta Dilma Rousseff, na Câmara dos Deputados, é de que a luta apenas começou e que, no Senado, que vai votar o impeachment, existem chances dele ser barrado. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB -AM) foi uma das primeiras a se manifestar sobre o assunto quando a votação alcançou os 342 votos necessários para a vitória golpista.
Para o filósofo José Antônio Moroni, do colegiado de gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), o Plano Temer para o Brasil deveria chamar-se não Ponte para o Futuro, mas Ponte para o Precipício. “Se aquele projeto for implementado, vai levar o país ao precipício, porque retira todas as garantias que foram criadas pela Constituição de 1988 e coloca o Estado completamente a serviço do capital financeiro”, disse.
Por Joana Rozowykwiat
Presente na vigília pela democracia em Goiânia, o presidente da CUT Goiás, Mauro Rubens, disse que as manifestações populares devem crescer a partir de amanhã (18), independentemente do resultado da votação do processo de impeachment em curso na Câmara dos Deputados. "O povo que está na rua vai continuar. Tomou gosto e está entendendo. O processo de mobilização cresce nesta nova fase, seja qual for o resultado", diz em entrevista para a Rádio Brasil Atual.
Deputados federais já articulam uma anistia ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), caso o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) seja aprovado neste domingo. Cunha responde a processo no Conselho de Ética da Casa por ter mentido à CPI da Petrobras em março de 2015, quando afirmou que não tinha contas em paraísos fiscais.
Da revista Fórum
“Querem usurpar o voto popular, passando a ideia de que são necessários novos rumos para o país que está em crise política e econômica. Com o impeachment acreditam poder encontrarem a saída, mas qual saída com um governo ilegítimo, de exceção, sem votos?” indagou o líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA) ao encaminhar o voto do Partido na votação do processo de admissibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, neste domingo (17), na Câmara dos Deputados.
O início da sessão de análise do pedido de impeachment, neste domingo (17), teve tumulto quando alguns deputados não conseguiram subir atrás da mesa da presidência da Câmara para erguer cartazes contra o impeachment. Depois que uma faixa escrito “Fora Cunha” foi aberta atrás da mesa do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) proibiu a faixa no plenário.
Teve início pontualmente às 14 horas a sessão em que 513 deputados começarão a decidir o futuro político do país. Desde a última sexta-feira (15), foram mais de 43 horas de debates no Planário, entre os que apoiam o golpe e querem tirar o mandato da presidenta Dilma Rouisseff e aqueles que desejam preservar a democracia e a soberania do voto. A sessão foi aberta com quórum de 265 parlamentares. Acompanhe aqui a cobertura da sessão.
Em vídeo publicado na sua página no Facebook, a deputada federal e presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos (PCdoB), foi enfática: “Agora à tarde nós vamos barrar o golpe!”
O maior percentual de pessoas contra o golpe foi registrado no Nordeste, onde 54% são contra e 40% favoráveis. Já no Centro Oeste/Norte foi registrado o maior percentual a favor do golpe – 65% a favor e 28% contrários. Em seguida, veem Sudeste, com 63% a favor e 32% contra; e, Sul, com 62% a favor e 33% contra o golpe.
A fala do deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA) contra o golpe e a favor da manutenção do cargo da presidenta Dilma, eleita democraticamente por mais de 54 milhões de brasileiros, destacou que “naqueles processos que estão ali em cima (da mesa da presidência) não tem sequer uma denúncia de corrupção, nenhum tostão do povo brasileiro caiu no bolso ou na bolsa da presidenta da República.”