Projeto educativo de uma escola pública de Brasília causou polêmica nas redes sociais nos últimos dias e virou caso de polícia. A orientação para os alunos usarem peças de roupas vermelhas, associada pela direção da escola à responsabilidade no combate à dengue, gerou acusações de apoio ao governo da presidenta Dilma Rousseff.
O esperado relatório do irrelevante deputado Jovair Arantes, do pouco ilibado PTB de Roberto Jeferson – um símbolo da miséria da política brasileira, recentemente redescoberto pela grande mídia graças à sua tenaz campanha pelo impeachment, no que, aliás tem a companhia ínclita do notabilíssimo Paulo Maluf – não é um raio caído de um céu azul.
Por Roberto Amaral*
Uma reunião de líderes partidários nesta terça-feira (12), a partir das 15 horas, vai definir os detalhes da votação no Plenário da Câmara dos Deputados do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que foi aprovado nesta segunda-feira (11), em comissão especial, por 38 votos a 27.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse em Plenário, nesta segunda-feira (11), que ao mesmo tempo em que parlamentares são hostilizados, pesquisa do Instituto DataFolha, publicada neste domingo (10), aponta que cresce o número de pessoas "contra o golpe", que é o processo de afastamento de Dilma da Presidência.
O ato de artistas, intelectuais e movimentos contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, na noite desta segunda-feira (11), na Lapa, foi marcado pela amplitude e pluralidade. Em comum, entre as mais de 50 mil pessoas que lotaram a Fundição Progresso e acompanharam o evento, que terminou se estendendo aos Arcos da Lapa, havia a disposição de defender a democracia e dizer não ao golpe em curso. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da manifestação.
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, disse, nesta segunda (11), que “o que está em jogo com esse golpismo é uma perspectiva de retrocesso histórico brutal”. Para ele, que participava de ato no Rio de Janeiro em defesa da democracia, a tentativa de derrubar o governo atinge a democracia e os direitos.
O rapper Flávio Renegado também foi à Fundição Progresso, no bairro da Lapa, Rio de Janeiro, para dizer não ao golpe, nesta segunda-feira (11). “Estamos aqui para garantir que a democracia vai prevalecer no final dessa batalha”, disse à TV Vermelho.
"Já vimos este filme, com o suicídio de Vargas, com a derrubada de Jango. Nós vivemos isso. É 2016, já era hora de eu estar descansando. Mas estou aqui exatamente para dizer não ao golpe e viva a democracia!", disse o ator Antônio Pitanga, antes do ato da Cultura contra o impeachment, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (11).
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, afirmou, nesta segunda (11), no Rio, que o que está em jogo na luta contra o impeachment é não só a democracia, mas os direitos conquistados nos últimos anos. Ela participa no Rio de Janeiro de ato na Fundição Progresso contra o golpe, ao lado de artistas, intelectuais e outros movimentos sociais.
O teólogo Leonardo Boff, que participa de ato no Rio de Janeiro contra o golpe, afirma que se tratade uma atividade de protesto contra o impeachment, mas também de esperança no triunfo da democracia. A manifestação reúne artistas e intelectuais na Fundição Progresso nesta segunda (11).
O economista da PUC-SP, Antonio Corrêa de Lacerda, desconstruiu o discurso que alguns setores do mercado e da mídia disseminam de que, com uma saída da presidenta Dilma Rousseff, o país voltaria a crescer. Classificando tal visão como um “autoengano”, ele avaliou que a crise não é motivada por uma pessoa, tem amplas causas e não se resolveria de forma “milagrosa” com a mudança de presidente.
Diante da possibilidade do processo de impeachment ser barrado na Câmara, parlamentares da oposição espalharam boato de que dinheiro teria sido oferecido em troca de apoio na votação. A informação não tem fundamento ou qualquer prova, demonstrando ser mais um boato contra o governo federal.