As forças de oposição na Líbia reconquistaram o controle da cidade costeira de Brega, no leste do país. Os rebeldes também alegam ter retomado a cidade petrolífera de Ras Lanuf. As forças contrárias ao governo de Muamar Kadafi estariam rastreando as ruas atrás de soldados do exército regular do país.
Os rebeldes líbios voltaram a controlar hoje a estratégica cidade de Ajdabiya, ajudados por sete noites consecutivas de bombardeios ocidentais e depois de dias de intensos combates contra as forças leais a Muamar al-Kadafi.
Não satisfeitos com o bloqueio solitário de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando o expansionismo de Israel na Palestina ocupada, os Estados Unidos vêm hoje se apresentar novamente como os intérpretes e campeões da "comunidade internacional". Convocaram o Conselho de Segurança, e não foi para condenar a intervenção das tropas sauditas em Barein, mas sim para exigir e finalmente impor o lançamento da "no-fly zone" e outras medidas guerreiras contra a Líbia.
Por Domenico Losurdo
Ao menos 114 pessoas morreram e 445 ficaram feridas de domingo (20) a quarta-feira (23) nos bombardeios da coalizão internacional sobre a Líbia, anunciou nesta sexta-feira uma autoridade do ministério da Saúde líbio. "De 20 a 23 de março, 114 pessoas morreram e 445 ficaram feridas nos bombardeios da coalizão", declarou Khaled Omar durante uma entrevista coletiva à imprensa.
Jandira Feghali (PCdoB-RJ) ocupou a tribuna da Câmara para elogiar a postura do governo brasileiro em apresentar formalmente o pedido de cessar fogo na Líbia. Segundo ela, todos os países devem resolver suas questões políticas internas soberanamente, como fez o povo do Egito e de algumas regiões da América Latina. A parlamentar criticou os Estados Unidos, que continuam a desrespeitar a autonomia política e democrática de territórios estrangeiros e a investir na prática das guerras.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, anunciou nesta quinta-feira (24) que a aliança vai assumir o controle da ofensiva militar internacional na Líbia. A mudança do comando pode ocorrer neste fim de semana. Desde sábado (19), as forças da coalizão internacional – lideradas pelos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha – atacam a Líbia sob o argumento de manter a zona aérea de exclusão na região.
É costume dizer que em uma guerra, a primeira vítima é a verdade. As operações militares na Líbia e a resolução 1973, que serve como base jurídica, não são uma exceção à regra. São apresentadas ao público como necessárias para proteger a população civil vítima da repressão indiscriminada do coronel Kadafi. Na realidade, têm objetivos imperialistas clássicos.
Por Thierry Meyssan, Cubadebate
A Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM) lançou uma nota na última terça-feira (22) em que condena o ataque à Líbia, promovido por países imperialistas com a tutela do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A federação é sagaz em sua crítica aos instrumentos dos países poderosos do mundo: "todos sabem que nunca foram os direitos humanos, nem a democracia o que moveram os Estados Unidos e a OTAN". Confira a íntegra da nota:
As forças ocidentais de intervenção bombardearam na madrugada desta quinta-feira (24) a cidade de Sebha, 750 km ao sul de Trípoli, segundo a mídia corporativa. O presidente líbio Muamar el Kadafi faz parte do clã Guededfa, que controla a cidade, um local que abriga uma importante base militar.
Em artigo publicado no site Resistir.info, o analista internacional, William Bowles, critica a campanha midiática imperialista contra a Líbia utilizada para legitimar a intervenção militar e os ataques, liderados pelos Estados Unidos, ao país. Ele explica que a invasão, nominalmente apoiada pela ONU, busca assegurar o controle sobre os ativos petrolíferos vitais da Líbia, os maiores da África, e para garantir o controle geral do Império sobre a região.
Mesmo uma leitura rápida da resolução 1973 de 17 de março, com a qual foi decidida a "zona de interdição de voo" contra a Líbia, é suficiente para encontrar uma violação gravíssima da Carta das Nações Unidas, além da do direito internacional geral.
Por Danilo Zolo*
Um funcionário do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan) afirmou à agência de notícias Associated Press, que navios de guerra da coalizão patrulham a partir desta quarta-feira (23) a costa líbia, sob o pretexto de garantir o embargo à venda de armas imposta pelas Nações Unidas ao governo de Muamar Kadafi.