O governador do Ceará emitiu nesta sexta-feira (04), uma nota em que se solidariza ao ex-presidente Lula em face do "constrangimento público" a que foi submetido. Camilo Santana se disse preocupado com episódios de agressão aos estado de direito.
Um dos mais respeitados juristas do país, Celso Antônio Bandeira de Mello afirmou, nesta sexta (4), que a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para depor foi um “abuso” e, do ponto de vista jurídico, “um disparate”. Para ele, tratou-se de um ato político, uma tentativa de constranger o ex-presidente. “E só se faz isso quando se tem medo. Quer dizer, eles têm medo que o Lula saia candidato e ganhe”, criticou, avaliando que o tiro pode ter saído pela culatra.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a sexta-feira (4) sendo levado coercitivamente para depor na Operação Lava Jato e terminou, já quase às 22h, afirmando à militância que recebeu uma ofensa pessoal, "ao meu partido, à democracia, ao Estado de direito", um "desrespeito a alguém que dedicou a vida este país". Dizendo-se provocado, Lula não se declarou candidato, mas voltou a dizer que só pode ser derrotado "nas ruas". E acrescentou às milhares de pessoas que acompanharam seu discurso de uma hora e 20 minutos em uma lotada quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo: "Se vocês estão precisando de alguém para animar essa tropa, o animador está aqui".
Diante do grave fato envolvendo o ex-presidente Lula, que foi levado coercitivamente para prestar depoimento na Polícia Federal na última sexta-feira (04/03), membros do secretariado do Comitê Municipal de Fortaleza e da direção estadual do PCdoB realizaram uma reunião extraordinária para definir ações em defesa de Lula e da democracia.
Com o pronunciamento realizado ao fim da tarde desta sexta-feira (04/03), a presidenta Dilma se fortaleceu politicamente e derrubou com firmeza as acusações que teriam sido feitas a ela por suposta delação premiada, além de mostrar ênfase na defesa do ex-presidente Lula. A avaliação é do deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), que destacou o inconformismo, manifestado pela presidente, quando ao fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido submetido a uma condução coercitiva.
Nesta manhã a Lava Jato cruzou o rubicão, invadiu o Instituto Lula e levou o ex-presidente, que nunca foi por ela intimado, a prestar depoimento coercitivamente, humilhando também alguns colaboradores.
Por Tereza Cruvinel*, no Brasil 247
A Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam) emitiu nota, nesta sexta (4), na qual se solidariza com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela "ação injusta, arbitrária e ilegal do Juiz Sérgio Moro". No texto, a entidade repudia o que chamou de uma "afronta ao Estado Democrático de Direito" e convoca uma mobilização em defesa da democracia.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) falou nesta sexta-feira (4) sobre a “armação” que fizeram contra o ex-presidente Lula. “Essa é uma ação de tentativa de desconstrução moral da maior liderança popular deste país.” Para ela, a ação foi “uma tentativa de atingir todo legado do nosso projeto, de atingir a esquerda brasileira e de atingir, inclusive, a estabilidade do governo”.
Ao conduzir coercitivamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento sem tê-lo intimado antes, a Polícia Federal violou o Código de Processo Penal e contrariou até o que diz o próprio mandado no qual o juiz federal Sergio Fernando Moro autorizou a ação.
Em pronunciamento à imprensa nesta sexta-feira (4), a presidenta Dilma Rousseff manifestou o “mais absoluto inconformismo" e a sua “indignação” em relação à condução coercitiva realizada contra o ex-presidente Lula pela Operação Lava Jato.
Ao lado de lideranças políticas e sociais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento à imprensa nesta sexta-feira (4), na sede do diretório nacional do PT, em que manifestou a sua indignação ao que chamou de “falta de respeito ao direito” e “autoritarismo do judiciário”, mas avisou: “Se queriam matar a jararaca, não conseguiram. Bateram no rabo, não na cabeça”.
Por Dayane Santos
O presidente da Bolívia, Evo Morales, expressou sua solidariedade com o ex-presidente Lula, devido à condução coercitiva sob a qual ele foi submetido na manhã desta sexta-feira (4).