Relações entre brasileiros e cubanos não podem ser quebradas por situações passageiras
Não é a primeira vez que as opiniões de Bolsonaro têm o efeito de ecoar nas políticas da Casa Branca, o que lhe renderam o apelido de Trump dos Trópicos.
A Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia tomou posição diante do pronunciamento do presidente do Conselho Federal de Medicina sobre o programa Mais Médicos.
Através do programa, profissional de Cuba trabalhou no Brasil e se organizou financeiramente para comprar e mobiliar sua residência. Cada médico ficava com R$ 2.800, que na época correspondia a 1400,00 CUC (moeda cubana). O salário que recebiam em Cuba era em torno de 60 CUCs.
Uma mentira foi imposta nas declarações de alguns líderes políticos, mas o pior é tentar demonstrar que a colaboração médica cubana é um ato criminoso. Por trás dessa tentativa estão os Estados Unidos. Agora os EUA pagarão US$ 3 milhões “a organizações que investigam, recolhem (…) informações sobre violações dos direitos humanos em Cuba, incluindo trabalho forçado nas chamadas missões médicas”.
Por Pedro Monzón*
O Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, contestou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro que, ao discursar na Assembleia Geral da ONU, nesta terça (24), acusou os médicos cubanos que trabalharam no programa Mais Médicos de serem agentes com objetivo de implantar uma ditadura no Brasil.
Conselho Municipal de Saúde aprova moção contra o fim do "Mais Médicos e movimentos fazem passeata até Superintendência Estadual do Ministério da Saúde.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, acusou Jair Bolsonaro de mentir sobre os programas médicos da ilha e criticou o que chamou de submissão do brasileiro à gestão de seu novo aliado, Donald Trump. "O presidente Bolsonaro volta a mentir. Vergonhosa a sua submissão aos Estados Unidos", publicou o governante cubano no Twitter.
Os governadores do Nordeste planejam firmar contrato com a Opas, organização pan-americana responsável pela exportação de médicos cubanos. Segundo a coluna Painel do jornal Folha de S.Paulo desta segunda-feira (17), a ideia é retomar um contrato regional com a organização. Segundo Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, já foi feita consulta à entidade.
O governo de Jair Bolsonaro (PSL) vai encerrar o Mais Médicos, um dos programas federais de maior aprovação popular. Segundo o El País, a proposta da gestão é substituí-lo por um novo projeto – que nem sequer está pronto e só será apresentado “em breve”.
Mais de 1.400 vagas deixadas pelos médicos cubanos não foram preenchidas na segunda fase de inscrições aberta pelo Ministério da Saúde